O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira (1º) que o governo espera contar com votos de integrantes das bancadas do Republicanos e do PP na Câmara dos Deputados. Após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta tarde, Padilha negou que a reforma ministerial tenha sido debatida durante o encontro, e disse que a negociação dos cargos é liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Tem interesse sim do governo em atrair a bancada do Republicanos e a bancada do PP”, afirmou Padilha, na saída da reunião. Na Câmara, entre os 513 deputados, 41 são do Republicanos e 49 são do PP.
Nas últimas semanas, partidos do Centrão negociam cargos com o Palácio do Planalto, que busca ampliar a base aliada no Congresso. O PP é partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), com quem Padilha também deve se reunir nesta semana.
A jornalistas, o ministro descartou que a presidência da Petrobras possa entrar na reforma ministerial. “A presidência da Petrobras nunca foi e nem nunca será um objeto de reformulação partidária”, disse.
Para ele, o diálogo do governo com o Congresso no primeiro semestre foi “vitorioso”, mas ainda há margem para melhorar.” Vamos para o segundo turno, segunda etapa nesse semestre, sempre vamos buscar melhorar. Time que está liderando e é campeão no primeiro turno não pode se contentar com isso não. A gente vai buscar melhorar, buscar reforços e reorganizar o ministério para isso”, afirmou o ministro.
Foco nos projetos da área econômica
Sobre a reunião com Pacheco, Padilha afirmou que o objetivo do governo Lula no Congresso neste semestre é consolidar as mudanças econômicas. As prioridades, segundo Padilha, são os projetos da reforma tributária, do Carf e projetos com foco em baratear o crédito. Também participaram do encontro os líderes do governo no Senado e no Congresso, Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP).
“Consolidar as mudanças econômicas que garantem que o Brasil possa retomar um ciclo de crescimento econômico. Prioridade absoluta para a votação desses quatro projetos. O do Carf, os dois projetos que barateiam o crédito e a votação da reforma tributária”, pontuou Padilha.
O ministro também destacou que a aprovação de um marco regulatório para o crédito de carbono também estará entre as prioridades do governo. “Um dos temas fundamentais é um novo marco regulatório para crédito de carbono. O governo está construindo uma proposta, liderada também pelo Ministério da fazenda, pelo MDIC, pelo Ministério do meio ambiente, pelo Ministério de Minas e Energia”, disse o ministro.
Padilha afirmou que vai se reunir nesta semana com Lira para alinhar a pauta econômica, principalmente a aprovação do arcabouço fiscal. Segundo ele, o governo buscará convencer os líderes na Câmara a manter o texto aprovado no Senado, principalmente com relação à questão orçamentária.
“Tem uma mudança importante que o Senado fez que torna mais realista a construção da peça orçamentária que deve ser apresentada ao Congresso Nacional. Então nós vamos trabalhar para que ela possa ser sacramentada na votação na Câmara”, afirmou.
Padilha também comentou sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a expectativa para a queda na taxa Selic, hoje em 13,75%. “Governo, Congresso Nacional e a sociedade, nós construímos todas as condições para que o Brasil inicie uma trajetória decrescente de juros.”