Ministério da Fazenda já estuda instrumentos para substituir consignado do FGTS

O Ministério da Fazenda já estuda quais instrumentos poderão substituir o crédito consignado ligado ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

A substituição desse tipo de empréstimo faz parte do novo pacote de medidas voltadas para o crédito anunciado na semana passada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na última quinta-feira (27), depois de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele afirmou a jornalistas que o governo federal prepara “algumas” novas medidas na área.

A extinção do consignado ligado ao FGTS é defendida pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, como forma de preservar os recursos do fundo. Por causa da proximidade entre Lula e Marinho, a modalidade já é tratada no Ministério da Fazenda como “uma coisa fadada a acabar”, segundo uma fonte da pasta. Mas, por enquanto, os técnicos apenas estudam o que “deve ser criado para colocar no lugar”, sem decisões tomadas.

Em um contexto mais amplo, que vai além do FGTS ou do consignado, o Ministério da Fazenda tem “conversado com bancos públicos e privados” segundo Estevão Taiar, do Valor, para tratar das novas medidas de crédito, de acordo com outra fonte. Ela lembra que a pasta tem “o diagnóstico de que, muito por causa dos juros elevados, as empresas brasileiras não estão conseguindo ter acesso a crédito”.

O Desenrola é visto como um instrumento que “aporta a sua contribuição, em especial pensando em pessoas físicas e famílias”. Já medidas como o uso da Taxa Referencial (TR) como balizadora de alguns empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) “são pontuais, focadas em inovação e preparatórias para a transição ecológica”.