Em outubro, o ministro Luís Roberto Barroso assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) com agenda cheia.
No Conselho Nacional de Justiça ele quer segundo a Folhapress, buscar uma forma de dar racionalidade e rapidez aos litígios que envolvem a Previdência Social. Segundo a Advocacia-Geral da União, são ajuizadas 10 mil ações por dia contra os entes federais.
Noutra ponta, ele quer abrir a discussão sobre os vencimentos dos juízes federais. Como essa categoria não tem os penduricalhos que mimam os tribunais estaduais, a carreira está sendo drenada. Nem tanto pela quantidade, mas pela qualidade dos interessados.
MP-SP onipotente
O Ministério Público de São Paulo cortou na rede a bola de uma maracutaia fantasiada de empreendimento imobiliário, na valorizada área do Itaim Bibi. A incorporadora São José construiu um edifício de 23 andares com 20 apartamentos, cada um com mais de 380 metros quadrados.
O empreendimento foi anunciado oito meses antes da entrada do pedido de edificação à prefeitura, e a construção começou sem que houvesse a necessária licença, negada por três vezes.
O edifício está em fase final de acabamento, e o MP-SP, com toda razão, pleiteia uma indenização a ser paga. Pede R$ 500 milhões, e um juiz deverá decidir se essa quantia está exagerada.
A coisa não para aí. O MP-SP e também a prefeitura, cuja fiscalização não viu o aparecimento de um prédio de 23 andares, querem também que o prédio seja demolido. Um não fiscaliza o que deve, e o outro acha que pode tudo.
Os promotores de Curitiba também achavam.
Faz tempo, o governador carioca Carlos Lacerda se apossou de um edifício de Botafogo erguido em condições parecidas e instalou nele uma instituição de ensino.
Eizo Namura escapou da bomba
No dia de hoje, há 78 anos, o japonês Eizo Nomura estava trabalhando no prédio da Prefeitura de Hiroshima que cuidava do racionamento de combustível. A coisa ia mal no Japão, e o imperador tratava da transferência de seus tesouros sagrados para um lugar seguro.
Numa ilha do Pacífico, a bomba foi equipada com seus últimos mecanismos.
Domingo que vem completam-se 78 anos da manhã em que Nomura chegou ao serviço e o coronel Paul Tibbets avisou aos tripulantes de seu bombardeiro: “Nós estamos carregando a primeira bomba atômica do mundo”.
Às 8h16 ela explodiu no ar, a 600 metros de altura. Seu epicentro estava a 170 metros do prédio em que Nomura trabalhava, com outras 37 pessoas. Como o edifício era de concreto, oito livraram-se do flash que queimou milhares de pessoas. Apesar disso, ele foi o único que sobreviveu, sem sequelas. Morreu em 1982, aos 84 anos.
Nomura teve várias sortes. Estava num prédio de concreto, quando a maioria das casas da cidade era de madeira, saiu num sentido que o afastou da radiação e, pelo que contava em 1975, acima de tudo porque foi para longe da cidade.