Com a ida de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF), a sua esposa, a advogada Valeska Teixeira Zanin Martins, tomou à frente segundo Pablo Giovanni, do Correio Braziliense, do escritório fundado pelo casal. Entre os vários processos que Valeska assumiu, estão alguns casos que tramitam inicialmente no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece como parte envolvida.
Além do TJDFT, há outros processos deixados por Zanin em outras esferas, como no próprio STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No DF, todos os processos que citam o presidente é do próprio Lula acionando a Justiça pedindo indenização por danos morais e direito de imagem — e todos serão assumidos por Valeska.
Lula x Eduardo
Em um desses, Lula pediu indenização após o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ter compartilhado uma decisão judicial sobre depósitos da ex-primeira-dama Marisa Letícia.
Nesse caso, os advogados do presidente argumentaram, à época, que a publicação é falsa e passa a impressão que Marisa tinha um valor na conta bancária de R$ 256 milhões, quando na verdade o valor era de R$ 26 mil. A ex-primeira-dama faleceu em 2017, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), e o caso ainda tramita na Justiça do DF, apesar do último revés da defesa de Lula.
Como Lula retornou ao cargo de presidente e voltou a ter foro privilegiado, os processos foram conduzidos ao STF e deverão ser retornados só em 4 ou 8 anos, quando o petista deixar o Planalto novamente. Apesar disso, a renúncia de Zanin na defesa de Lula ocorreu no início do mês.
Zanin no STF
Cristiano Zanin foi indicado pelo presidente Lula para ser ministro do STF. O nome dele foi aprovado pelo Senado, que tomará posse na Corte em 3 de agosto. Ele assumiu o lugar de Ricardo Lewandowski.
O novo ministro foi aprovado pela sabatina com 58 votos a favor e 18 contra, bem acima dos 41 votos mínimos que ele precisava para ser confirmado em uma das cadeiras da corte.
No Supremo, o novo ministro vai encontrar um ambiente de elevada aprovação. Nos bastidores, ministros afirmam que existe grande expectativa para a chegada dele e que não há, no momento, resistência ao nome. Mesmo ministros indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, como André Mendonça e Kássio Nunes, defenderam a aprovação de Cristiano Zanin pelos parlamentares. Ele poderá ficar no Supremo até 2051, quando completará 75 anos. Além de integrar o plenário principal, o novo ministro vai atuar na Primeira Turma.