Uma paralisação de trabalhadores do Hospital Veredas, em Maceió, é a nova queda de braço segundo o colunista Carlos Madeiro , do portal Uol, que opõe os grupos políticos comandados pela família Calheiros e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).
A entidade filantrópica está sob gestão financeira de Pauline Pereira, prima e aliada de Lira, desde outubro de 2022. O hospital deve quatro folhas de pagamento e outros direitos aos seus cerca de 1,4 mil trabalhadores e culpa o governo do estado — do MDB dos Calheiros — pelo atraso.
O que dizem os envolvidos
O hospital aponta uma dívida do governo de Alagoas no valor de R$ 20 milhões, sendo R$ 8,5 milhões de serviços e notas fiscais emitidas entre o final do ano passado e junho de 2023.
Débitos trabalhistas hoje estão na casa de R$ 8,4 milhões, afirma também a entidade filantrópica. Segundo a gestão do hospital, bastaria a quitação pelo estado dos débitos mais recentes para sanar o problema.
O governo de Paulo Dantas (MDB) afirma que pagou R$ 6 milhões neste ano e que não tem culpa no atraso. Cita ainda que “cumpre as obrigações” com o Veredas e que o hospital tem outras receitas. Em nota, informa que repassou R$ 60 milhões ao Veredas somente no ano passado.
Alguns valores cobrados estão sob auditoria da PGE (Procuradoria Geral do Estado). Segundo a Secretaria de Saúde de Alagoas, só serão pagos quando forem confirmados que os serviços foram prestados pela entidade filantrópica.
O estado de Alagoas está acompanhando os fatos relativos aos empregados do hospital, contudo, trata-se de situação que se arrasta há anos, não sendo correto imputar problemas na gestão daquela entidade privada ao estado, ainda mais quando o governo cumpre de maneira absolutamente legal todas as suas obrigações com o Veredas.Nota da PGE-AL
Lira x Calheiros
O grupo de Lira indica desde 2017 diretores financeiros da unidade. Antes de Pauline, o diretor era Adeilson Loureiro, irmão do deputado estadual Léo Loureiro. Em 2022, Léo migrou do PP de Lira para o MDB dos Calheiros, e Adeilson foi retirado do cargo em outubro.
Carlos Madeiro