Dezenas de cidades em todo o sul da Europa ficaram sob alerta no último sábado (15) por causa de uma intensa onda de calor. As autoridades advertem que as temperaturas extremas devem persistir nos próximos dias.
Na Itália, pelo menos 16 cidades estavam sob alerta “vermelho” de calor, incluindo Roma, Florença e Bolonha.
Nas ilhas italianas da Sicília e da Sardenha, as temperaturas podem chegar 48°C nos próximos dias. Em Roma, a previsão é de que a temperatura passe de 40°C na segunda-feira e suba ainda mais na terça-feira, quebrando o recorde de 2017, quando os termômetros marcaram 40,5°C na capital da Itália.
Na Grécia, a Acrópole de Atenas foi parcialmente fechada pelo segundo dia consecutivo, após o serviço meteorológico grego emitir um alerta de que partes do país podiam ter máximas de até 44°C neste sábado. O serviço disse que os alertas de onda de calor continuarão na próxima semana.
Na Espanha, o serviço meteorológico nacional disse que as temperaturas no leste da Península Ibérica e nas Ilhas Baleares podem subir para entre 40°C e 42°C.
Nos EUA, áreas que concentram mais de 90 milhões de americanos permanecem sob alerta de calor extremo.
Especialistas alertam que o calor vai piorar neste fim de semana nos estados de Nevada, Arizona e Califórnia, onde as temperaturas devem subir acima de 48,8°C em alguns locais desérticos.
Em Las Vegas, no estado de Nevada, uma intensa onda de calor pode quebrar o recorde histórico da cidade, de 47,2°C, neste fim de semana. Phoenix, a capital do Arizona, deve registrar temperaturas acima de 43°C pelo 15º dia consecutivo.
Enquanto isso, uma série de incêndios atingem a Califórnia.
Na Europa, um incêndio florestal na ilha espanhola de La Palma no sábado também forçou a evacuação de pelo menos 2.000 pessoas.
Calor deve persistir
Na sexta-feira, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou que a intensa onda de calor que já bateu o recorde de temperatura média mensal mais alta em junho e três recordes de temperatura média diária na primeira quinzena de julho vai continuar nas próximas duas semanas e pode durar até agosto.
O braço científico das Nações Unidas prevê que as temperaturas se mantenham acima do normal na região do Mediterrâneo, com temperaturas semanais de até 5°C acima da média.
“Este clima extremo está se tornando um fenômeno cada vez mais frequente da mudança climática e está tendo um grande impacto na saúde humana, ecossistemas, economias, agricultura, energia e abastecimento de água”, disse o secretário-geral da OMM, professor Petteri Taalas.
Diante desse quadro, Taalas qualificou de “urgente” a importância de reduzir as emissões de gases de efeito estufa “o mais rápida e profundamente possível”.
Se essa situação não for revertida, o Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança Climática – a maior autoridade científica sobre o assunto – estima que até 2050 cerca de metade da população europeia poderá enfrentar um risco elevado ou muito elevado de sobrecarga térmica no verão.