A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados que investiga o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, conhecida como CPI do MST, aprovou 21 requerimentos com pedidos de convocações, convites e de informações nesta quarta-feira (12).
Após acordo entre os parlamentares presentes à sessão, a votação ocorreu de maneira simbólica, isto é, sem a contagem de votos. Além disso, a análise dos pedidos foi em bloco, ou seja, em uma única votação foram analisados os 21 requerimentos.
Entre esses requerimentos, estão:
- convocação de João Henrique Bernardes, auditor da Controladoria Geral da União (CGU);
- convite a Marcelo Werner, secretário de Segurança Pública da Bahia;
- convite ao coronel Paulo José Reis de Azevedo, comandante da Polícia Militar da Bahia;
- convite a Rodinei Candeias, procurador do Rio Grande do Sul;
- pedido de informações à empresa Suzano sobre ações do MST na Bahia;
- pedido de informações ao Banco Central sobre o LeftBank.
Criada em abril deste ano, a CPI do MST é comandada pela oposição ao governo Lula. Isso porque o presidente da comissão é Luciano Zucco (Republicanos-RS), e o relator, Ricardo Salles (PL-SP), que foi ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro (PL).
A instalação da CPI foi articulada pela oposição e vista como uma derrota para o Palácio do Planalto. Isso porque o MST é um movimento historicamente ligado ao PT.
‘Circo’ para ‘lacrar’ nas redes sociais
Após a aprovação dos requerimentos, o deputado Valmir Assunção (PT-BA), que atuou no MST, disse que a oposição tem “obsessão” com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Filiado ao PT, Costa governou a Bahia por dois mandatos (2015-2022).
Para Assunção, os deputados da oposição buscam criar um “circo” para “lacrar” nas redes sociais, “atacando” e “perseguindo” a esquerda e os movimentos sociais.
“Em toda sessão, o ministro Rui Costa é pauta de debate e discussão para trazer aqui a esta CPI. Não sei o porquê. […] Vocês utilizam esta CPI como palanque político para ficar discutindo, debatendo, armando um circo para tentar lacrar nas redes sociais. É para isso que vocês querem esta CPI”, declarou o deputado.
Em resposta a Assunção, o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) criticou a gestão de Rui Costa no governo da Bahia nas áreas de educação e saúde.
Governo contesta CPI
Quando a CPI foi criada, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT-SP), contestou a criação da CPI.
Na avaliação do ministro, a criação poderia “alimentar a luta” e aumentar a tensão política, uma vez que a CPI, na visão dele, não teria o que investigar.