O presidente da Argentina, Alberto Fernández, inaugurou n0 último domingo (9) o primeiro trecho do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner (GPNK), destinado a transportar gás natural da formação Vaca Muerta, no oeste do país, até a província de Santa Fé. Com 573 quilômetros de extensão e classificada como a mais importante das últimas décadas, a obra é considerada vital para reverter o significativo déficit energético do país.
A cerimônia de inauguração, marcada para o mesmo dia em que a Argentina celebra sua independência, se deu na usina de gás Saturno, na cidade de Salliqueló, 520 km a sudoeste de Buenos Aires. Segundo o governo argentino, a construção teve um custo de US$ 2,5 bilhões e foi feita exclusivamente com recursos próprios do país.
“Este ano vamos economizar US$ 2 bilhões em importações, que chegarão a US$ 4,2 bilhões em 2024”, garantiu a secretária de Energia, Flavia Royón, no site do governo. Em 2022, a balança comercial energética da Argentina apresentou um saldo negativo de US$ 6,6 milhões para as importações de gasóleo e Gás Natural Liquefeito (GNL).
“Quando tudo estiver pronto, teremos autoabastecimento de gás e poderemos exportar um volume considerável para Chile, Brasil e Uruguai”, disse Royón.
Segundo trecho com financiamento do BNDES
Já para a segunda etapa da construção — que seguirá por mais 467 km até a cidade de San Jerônimo, na província de Santa Fé, próximo à fronteira com o Brasil —, será necessário financiamento externo. Para este próximo trecho, cuja licitação está prevista para setembro, fala-se em um possível financiamento do BNDES, embora a China também tenha interesse no empreendimento.
Em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu críticas de economistas e ambientalistas ao anunciar a intenção de que o BNDES financiasse parte do gasoduto estatal argentino. Antes disso, a própria secretária de Energia Flavia Royón já havia anunciado, em 12 de dezembro de 2022 que seu país já contava com US$ 689 milhões de financiamento do BNDES para concluir a construção do 2º trecho da obra.
No final de junho, durante a quarta visita o presidente argentino ao Brasil neste ano, Lula voltou a defender a construção do gasoduto de Vaca Muerta com financiamento do BNDES.