“Trump is Disqualified” é o nome da campanha lançada esta semana por Mi familia vota e Free Speech for the people, duas organizações de direitos civis dos Estados Unidos. Estão previstas esta semana manifestações na Califórnia, Oregon e Geórgia, conforme informações de Loubna Anaki, correspondente da RFI em Nova York.
Para as entidades, o magnata teve um papel importante no ataque ao Capitólio e, por essa razão, não pode se candidatar para a eleição presidencial de 2024. As organizações esperam usar a emenda 14ᵉ da Constituição para apoiar sua ação.
Segundo o texto, é inelegível qualquer pessoa que tenha prestado juramento de acesso ao Congresso, a um cargo no Judiciário ou a um governo local e que tenha convocado uma insurreição. No entanto, o artigo não menciona o cargo de presidente. Mas Mi Familia Vota e Free Speech esperam convencer os representantes estaduais, que são encarregados de validar a elegibilidade dos candidatos, a ampliarem sua interpretação da lei.
Em dezembro de 2022, o comitê do Congresso americano que investigou a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos recomendou que Trump fosse formalmente acusado por diversos crimes, inclusive o de conspiração, por sua suposta contribuição para a revolta. A comissão defendeu que o ex-presidente esteve por trás de uma “tentativa de golpe” para se manter no poder e incitou os manifestantes a invadirem o local.
Primeiro ex-presidente réu
O ex-chefe da Casa Branca já é alvo de mais de 30 acusações federais desde que deixou o poder. Ele chegou a ser indiciado por “retenção ilegal de informações relacionadas à segurança nacional”, “obstrução da Justiça” e “falso testemunho”, após ter retido documentos confidenciais quando deixou a Casa Branca.
Trump também é acusado de fraude contábil no estado de Nova York, por um pagamento feito antes das eleições presidenciais de 2016 para calar uma atriz de filmes pornográficos que alega ter sido sua amante. Ele é o primeiro ex-chefe de Estado do país a virar réu em um processo.