O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) é muitas vezes tratado como banalidade, mas causa grande sofrimento para quem tem a condição.
O TOC afeta segundo matéria de Bruno Bucis, do Metrópoles, cerca de 3% da população mundial, incluindo celebridades como o ex-jogador de futebol David Beckham e a cantora Katy Perry. Um dos casos mais comentados no Brasil é o do cantor Roberto Carlos, que possui uma série de superstições em relação a cores e palavras.
Um estudo publicado na revista Nature, em 27 de junho, mostra que o TOC pode ser causado por um desequilíbrio químico do cérebro, que estimula a formação de comportamentos compulsivos. Antes as manifestações de TOC eram explicadas como manias adquiridas após o desenvolvimento de traumas.
A principal característica do TOC é a adoção de comportamentos ritualísticos para atividades do cotidiano, como o costume de fechar a porta seguidas vezes, manter tudo alinhado ou lavar as mãos sem parar.
“Nossa pesquisa pode ser terapeuticamente vantajosa para que se comece a considerar os neurotransmissores que encontramos em tratamentos baseados na manipulação farmacológica”, afirmaram os pesquisadores no trabalho apresentado à Nature.
Como foi feita a pesquisa
A descoberta dos cientistas foi feita usando um aparelho avançado de ressonância magnética para obter imagens do cérebro. O equipamento mapeou imagens cerebrais em 30 voluntários com TOC e 31 sem.
Ao analisar as imagens, os cientistas perceberam que as pessoas com TOC apresentavam níveis elevados do neurotransmissor glutamato no cérebro e níveis baixos do ácido gama-aminobútrico (GABA).
O glutamato acelera a comunicação entre os neurônios, já o GABA vem sendo relacionado a efeitos calmantes. A combinação entre os desníveis químicos poderia ser a responsável por acelerar o pensamento e criar medos e ansiedades sem justificativa no paciente.
A pesquisa, entretanto, não alterou artificialmente as substâncias no cérebro dos voluntárias, o que poderia aumentar as evidências da relação observada.
O tratamento do TOC geralmente é feito por meio de terapia cognitivo-comportamental. Para os casos mais graves, muitas vezes é receitado o uso de antidepressivos.