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terça-feira 4 de julho de 2023 às 06:45h

IBGE defende Censo 2022 e promete parecer favorável de especialistas

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um comunicado público nesta última segunda-feira (3) em defesa dos resultados apresentados pelo Censo Demográfico 2022, assegurando que os dados têm “qualidade e confiabilidade indiscutíveis”.

O órgão prometeu divulgar em breve, embora ainda sem previsão de data, dois documentos atestando a qualidade dos resultados: um parecer de especialistas que atestaria a confiabilidade dos dados, incluindo a chancela do Fundo de População das Nações Unidas; e a Pesquisa de Pós-Enumeração do Censo, cujo “principal objetivo é fornecer mais recursos para a avaliação da cobertura e da qualidade da coleta através de uma amostra de setores censitários”.

No caso dos especialistas, o IBGE relata que ter convidado um grupo de demógrafos, estatísticos e geógrafos a uma oficina de três dias de apresentação e avaliação dos resultados do Censo. Os profissionais teriam tido posteriormente acesso aos dados para análise, se comprometendo “a entregar um parecer acerca dos esforços técnicos, práticos e metodológicos empenhados pelo IBGE desde o início da coleta censitária, bem como sobre a confiabilidade dos dados”.

“O documento, a ser publicado em breve, terá a chancela do Fundo de População das Nações Unidas, que também participou do evento”, afirmou o IBGE, no comunicado.

O Censo Demográfico 2022 apontou que a população brasileira totalizava 203.062.512 em meados do ano passado, um aumento de 6,5% em relação ao Censo de 2010, mas com forte freio no ritmo de crescimento populacional. De 2010 a 2022, a taxa média de crescimento anual da população do País foi de 0,52%, a mais baixa já vista desde que o primeiro Censo foi conduzido no Brasil, em 1872. Entre 2000 e 2010, a taxa média de crescimento populacional anual era de 1,17%, mais que o dobro da atual.

A população brasileira ficou significativamente aquém das estimativas preliminares entregues pelo próprio IBGE ao Tribunal de Contas da União (TCU), em 28 de dezembro do ano passado, quando o instituto informou a existência de 207.750.291 pessoas no Brasil, população calculada já com base em dados preliminares coletados pelo Censo 2022. O resultado do Censo 2022 também representa 10 milhões de pessoas a menos que o estimado pelo órgão para 2021, quando a projeção era de que o País tivesse 213,3 milhões de habitantes.

Houve surpresa também com o salto no número de lares no País, que cresceu muito acima do total da população. O Brasil chegou à marca de 90,688 milhões de domicílios no ano passado, 34% a mais que os encontrados no Censo 2010, o equivalente a 23,118 milhões de lares a mais em pouco mais de uma década, puxados por uma expansão expressiva nos imóveis desocupados.

Entre os imóveis desocupados, os domicílios vagos totalizaram 11,4 milhões em 2022, aumento de 87% em relação a 2010, enquanto os de uso ocasional (que incluem os de veraneio) cresceram 70%, para um total de 6,7 milhões.

“O IBGE realizou o Censo Demográfico seguindo rigorosamente recomendações, parâmetros e protocolos para Censos de População, definidos pela Divisão de Estatística das Nações Unidas e de acordo com os Princípios Fundamentais das Estatísticas Oficiais”, afirmou o IBGE na nota divulgada nesta segunda-feira.

O órgão disse que a adoção de inovações tecnológicas permitiu o acompanhamento e controle da qualidade da operação.

“Por meio dos Dispositivos Móveis de Coleta (DMC) com acesso à Internet, o acompanhamento do trabalho de campo ocorreu praticamente em tempo real. Durante a coleta foi realizada com sucesso a captura das coordenadas de GPS dos endereços visitados, bem como dos trajetos utilizados pelos recenseadores no percurso dos setores censitários. Este avanço permitiu o monitoramento contínuo da operação e garantiu maior controle da cobertura”, argumentou o IBGE. “O Censo contou ainda com arrojado sistema automático de supervisão que previa a verificação em campo de uma amostra de endereços selecionados. O objetivo principal dessa supervisão foi assegurar a cobertura da operação, a correta classificação dos domicílios (em ocupados ou não ocupados), além da qualidade do preenchimento dos questionários.”

O instituto defendeu ainda que as coordenadas dos endereços captadas pelos recenseadores foram cruzadas com bases de dados de outras instituições, “também permitindo o controle da cobertura do território, com imediatas identificação e correção de eventuais imprecisões nos trabalhos de campo”.

“Sem dúvida, trata-se do Censo mais tecnológico e com maior monitoramento e análise em tempo real da História dos Censos, realizados há 150 anos no Brasil”, concluiu.

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