Segundo os jornalistas Hugo Marques e Laísa Dall’Agnol, da Veja, a pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) é forte para assumir o comando do Ministério da Saúde, pasta hoje ocupada pela cientista Nísia Trindade. Lira já transmitiu a mensagem diretamente ao presidente Lula, que ainda não deu qualquer sinal de que irá ceder o ministério, mas segundo os bastidores, seria questão de tempo. Por isso, no Congresso, o “futuro ministro” já foi escolhido. Trata-se do médico e deputado federal Doutor Luizinho (PP-RJ), que hoje ocupa o cargo de Secretário de Saúde do Rio de Janeiro.
O deputado teve papel importante no Congresso durante a pandemia. Recentemente, apareceu em rede nacional no programa do PP ao lado do senador Ciro Nogueira (PP-PI). Parlamentares do Centrão destacam que ele reúne todos os requisitos para assumir o ministério: tem boa formação técnica, é respeitado no meio e conhece bem as necessidades políticas dos colegas. No PT, há forte resistência ao nome de Luizinho porque na campanha do ano passado ele esteve ao lado de Jair Bolsonaro. Parlamentares do Centrão, por sua vez, acreditam no pragmatismo do presidente Lula na hora de bater o martelo.
A pressão para substituir a ministra chegou ao gabinete do ministro das Relações Institucionais da Presidência da República e ex-titular da Saúde, Alexandre Padilha, um dos responsáveis pela indicação de Nísia. Na última segunda-feira, Padilha disse que é normal haver “jogo de pressão”. Na última quinta, Nísia afirmou que sua permanência no cargo “é uma prerrogativa do presidente”. Para tentar ampliar sua base de apoio no Congresso, Lula deve anunciar mudanças no ministério nos próximos dias.