Dois dias após o início do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode deixá-lo inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que as eleições de 2022 são “uma página virada”. Em evento do PL Mulher em Rodônia neste sábado, do qual particiou por meio de uma vídeo chamada, o ex-presidente convocou as mulheres filiadas ao partido a se candidatarem a vereadoras nas eleições do ano que vem. Para ele, “é hora de pensar no futuro”. Na próxima terça-feira, o TSE retomará o julgamento que pode impedi-lo de concorrer nas próximas eleições. As informações são de Gabriel Sabóia do jorna, O GLOBO.
— Nas eleições do ano passado tive uma aceitação enorme junto ao povo brasileiro, costumo dizer que a minha popularidade era no mínimo o dobro daquela de 2018, mas isto é uma página virada. Vamos pensar no futuro. Nossa bandeira é a defesa da propriedade privada. Na política, a base é o vereador e, por isso, peço para que as mulheres estejam concorrendo conosco nesse estado. É daí que surgirão os futuros e futuras líderes — disse.
Nesta sexta, Bolsonaro afirmou que considera ser candidato a vereador no Rio de Janeiro, caso estejsa elegível.
— Estou pensando em ser candidato a vereador no Rio de Janeiro. Qual é o problema? Não há demérito nenhum. Até vou me sentir jovem, geralmente a vereança é para a garotada, para o mais jovem, é o 1º degrau da política.
Caso a condenação de Bolsonaro se confirme, o plano do PL é apresentá-lo como um “injustiçado” que foi retirado do páreo pela ameaça que representaria à reeleição de Lula. O modelo a ser seguido é o do próprio petista, que foi preso em 2018, ficou fora da eleição daquele ano, mas manteve a presença no debate e deu a volta por cima ao conseguir o terceiro mandato, em 2022.
O colegiado vai analisar uma ação apresentada pelo PDT que trata de uma reunião com embaixadores realizada em 2022 em que, sem provas, Bolsonaro atacou a lisura do processo eleitoral. A Procuradoria-Geral Eleitoral pediu a condenação por abuso de poder político e, no parecer, afirma que o ex-mandatário mobilizou a população contra as urnas e usou o Estado para benefício pessoal.