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quinta-feira 15 de junho de 2023 às 17:02h

Morte de Berlusconi abala o império que construiu e deixa órfão seu legado político

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A morte de Silvio Berlusconi nesta segunda-feira, aos 86 anos, abalou seu império econômico, que terá de ser dividido conforme reportagem a EFE, entre seus cinco filhos, mas também seu partido, o Força Itália, que perdeu seu líder e não tem um herdeiro claro.

Apesar de sua idade, Berlusconi manteve as rédeas do partido que fundou em 1993, enquanto todos os possíveis herdeiros desapareceram ao longo dos anos, incapazes de igualar o carisma do empresário.

Como resultado, o Força Itália encontra-se agora em um vácuo no qual haverá uma luta entre os chamados “falcões” – os mais combativos, como Alessandro Cattaneo e Licia Ronzulli, esta última muito próxima a Berlusconi – e os “moderados”, como o atual coordenador do partido e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani.

Se sob o comando de Berlusconi o partido obteve um dos piores resultados de sua história nas últimas eleições gerais, ficando com 8% dos votos, agora precisará de um líder de verdade e de novas propostas para tentar reavivá-lo, e já se fala em organizar um congresso, que não é realizado desde 1998.

Após as eleições, os analistas afirmaram que esses 8%, já considerados um milagre, foram quase que exclusivamente o resultado do retorno do ex-líder à política ativa, que conquistou 63 senadores e deputados, sem mencionar os cinco ministros que ele conseguiu incluir no executivo, que devem tudo a Berlusconi e sua negociação com a primeira-ministra, Giorgia Meloni.

De acordo com o jornal “La Repubblica”, o Força Itália tem dívidas de cerca de 90 milhões de euros (R$ 472,1 milhões), cobertas por duas garantias pessoais de Berlusconi que agora terão de ser mantidas por seus herdeiros.

Mas, acima de tudo, a morte de um dos homens mais ricos do país será um terremoto para a Fininvest, com um volume de negócios de 5 bilhões de euros (R$ 26,2 bilhões) e mais de 20 mil funcionários, dividida em sete holdings, quatro delas nas mãos de “Il Cavaliere” (como Berlusconi era conhecido), o que representa 60% do império e que agora terá que ser repartido entre seus cinco filhos.

Atualmente, os dois filhos de seu primeiro casamento, Marina e Pier Silvio, detêm 8% cada um e os filhos de seu segundo casamento, Barbara, Luigi e Eleonora, 22%.

Além disso, os bens de Berlusconi estão avaliados, segundo a Forbes, em 7 bilhões de euros (R$ 36,7 bilhões).
Grande parte dos ativos imobiliários, incluindo as residências mais famosas, como Arcore e Villa Grande, pertence à empresa Dolcedrago, que é a única propriedade de Berlusconi.

Sua empresa de mídia, a Mediaset, agora chamada MediaforEurope, está reagindo a uma queda determinada nos últimos anos pela concorrência das plataformas on demand: em 2021, registrou receita líquida consolidada de 2,914 bilhões de euros (R$ 15,2 bilhões), aumento de 11% em relação a 2020, com um lucro líquido de 374 milhões (R$ 1,9 bilhão), alta de 169% em relação ao ano anterior e quase o dobro do valor pré-covid em 2019.

E as vendas de publicidade na Itália, em particular, cresceram tanto em comparação com 2020 (14,4%) quanto com 2019, em relação ao qual registra aumento de 2,4%.

Mas a alta direção do grupo – seu conselheiro de administração Pier Silvio Berlusconi e o presidente Fedele Confalonieri – decidiu, para consolidar as contas, vender o jornal histórico “Il Giornale”, embora Silvio fosse contra.

A editora Mondadori é presidida por Marina Berlusconi. É a maior editora de livros e revistas da Itália e a terceira maior editora de revistas de consumo da França; também possui a maior rede de livrarias do país.

Já o grupo Mediolanum, controlado pela Fininvest e pelo Doris Group, é o líder do mercado financeiro italiano, com 1,129 milhão de clientes, 70,7 bilhões de euros (R$ 370,8 bilhões) administrados e gerenciados, com 2.171 funcionários.

Por enquanto, Luigi, Barbara e Eleonora não têm nenhuma função operacional no grupo, mas atuam como acionistas da Fininvest e fazem parte do conselho de administração.

Barbara tinha sido nomeada pela diretoria do Milan como vice-presidente e CEO, responsável por funções sociais não esportivas, mas sua experiência no cargo terminou em 2017, após a venda do clube ao empresário chinês Yonghong Li e depois ao fundo de investimentos Elliott.

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