O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), ficou na liderança de um ranking com a melhor avaliação entre gestores municipais das dez maiores capitais do país. Os números apontam que 68% da população soteropolitana aprovam a gestão. O presidente do instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, avalia m entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, que os números mostram que o gestor sai na frente da corrida eleitoral de 2024.
Tribuna – Foi feita uma pesquisa sobre a popularidade dos prefeitos, com um recorte aqui em Salvador, e Bruno Reis aparece com 68%. O senhor considera uma boa aprovação?
Murilo Hidalgo – Na verdade, a popularidade de todos os prefeitos de uma maneira geral está muito boa. Nas capitais, entendeu? Alguns fogem à regra. Mas Bruno Reis é o primeiro. Ele tem a melhor aprovação. Isso devido ao seu trabalho, com certeza. Isso não tem nada a ver com a eleição, com o voto. E sim com a avaliação da gestão, certo?
Tribuna – O senhor considera que, diante dessa avaliação, ele pode chegar em 2024 como favorito à reeleição?
Murilo Hidalgo – É cedo para dizer. Não tem a menor dúvida que ele é favorito. Se ele conseguir manter a popularidade dele, com certeza ele chega como favorito.
Tribuna – Cerca de 54% aprovam o governo Lula. Esse índice surpreendeu ao considerar as dificuldades que o governo enfrenta? Ou o senhor acha que é uma popularidade baixa?
Murilo Hidalgo – O Lula tem mais, né? O Lula, a segunda capital que ele tem maior aprovação, é Salvador. Só perde para Fortaleza.
Tribuna – E no Brasil todo, como é que o senhor considera a avaliação dele?
Murilo Hidalgo – Olha, a avaliação do governo Lula é de regular para a boa. Certo? Na verdade, assim, continua o Brasil muito dividido com as eleições. Ele não conseguiu ainda entrar muito no eleitorado.
Tribuna – O senhor considera que essa divisão do país vai perdurar aí pelos próximos anos ou tende a arrefecer?
Murilo Hidalgo – Infelizmente, sim. Inclusive, pela postura da mídia, que pelo visto não para de falar dos dois, mantendo a guerra viva.
Tribuna- Na sua opinião, o que mais contribuiu para essa avaliação inicial boa do presidente Lula, apesar dessas falhas que o governo vem tendo, principalmente na comunicação?
Murilo Hidalgo – É cedo, é cedo, principalmente pela economia. Ela não melhorou nem piorou o ver da população, né.
Tribuna – O senhor acha que pode ter um reflexo ainda da eleição aí?
Murilo Hidalgo – povo ainda dá um tempo. Acho que até setembro ele tem uma lua de mel com a população.
Tribuna – Considerando as pesquisas que o instituto tem feito as aferições, acredita que no ano que vem a gente vai ter essa polarização? Essa divisão vai se refletir na eleição para prefeito?
Murilo Hidalgo – Olha, nas grandes capitais sim, nas cidades menores, não. Acho que nas grandes capitais com certeza colocaria São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador…. Agora nas pequenas cidades não.
Tribuna – Em relação ao Governo do estado, o governador Jerônimo Rodrigues se elegeu bem, mas por outro lado o PT sempre teve muita dificuldade para fazer um prefeito em Salvador. O senhor considera que talvez isso possa mudar no ano que vem? Ou vai se repetir?
Murilo Hidalgo – Na verdade o governo do PT e já é muito bem avaliado no estado, certo? Na capital, já registra um domínio da oposição há um bom tempo. Da mesma maneira, o ex-governador Rui Costa era muito bem avaliado e fez sucessor. Acredito que nesse momento há um favoritismo muito grande do atual grupo político, a cidade, certo? Mas cada eleição é uma eleição.
Tribuna – O senhor disse que Bruno Reis é avaliado pela gestão e a gestão Neto, que foi o antecessor, também foi muito bem avaliada. Porém, o governo do estado sempre fez obras na capital, mas nunca de fato conseguiu derrubar e bater de frente com ACM Neto e Bruno Reis. A que o senhor atribui a essa dificuldade que o grupo do PT tem em Salvador?
Murilo Hidalgo – Olha, primeiro que a população ela tem muita dificuldade de diferenciar obras federais, estaduais e municipais. Normalmente, todo feito vai para conta do prefeito. Não só em Salvador, como em qualquer cidade do Brasil. Certo? O fato de ter a obra é o mérito do prefeito. Da mesma maneira é a falha, que é muito maior do prefeito do que do governador e do presidente da cidade. Então, acho que o fato do governo investir muito em Salvador beneficia ainda mais o Bruno Reis. Certo? Que deva continuar investindo, porque Salvador é o principal colégio eleitoral do estado, mas isso não traz benefício ao candidato do governador e sim ao Bruno Reis.
Tribuna – O senhor considera o ex-presidente Jair Bolsonaro como um bom cabo eleitoral no sentido de construir, de eleger prefeitos?
Murilo Hidalgo – Olha, no sul, sudeste, centro-oeste, norte, sim. No nordeste, não.
Tribuna – Muito em reflexo inclusive da força que o PT sempre teve nessas regiões Norte e Nordeste…
Murilo Hidalgo – Exatamente.