O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está vivendo o mesmo problema que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Roseann Kennedy, da coluna Estadão, ambos têm dificuldade em deixar claro para seus aliados quem manda no gabinete para liberação de verbas e indicações de cargos.
O impasse no Planalto envolve a atuação dos ministros da Casa Civil, Rui Costa (PT), e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Deputados e senadores não sabem com quem devem negociar e reclamam que Lula não empoderou nenhum deles, deixando vagas represadas e insatisfação na base no Legislativo.
No Palácio dos Bandeirantes, as queixas vão na mesma direção e envolvem os secretários de Governo, Gilberto Kassab (PSD), e da Casa Civil, Arthur Lima (sem partido), que, ainda por cima, disputam para ver quem consegue atrair mais prefeitos para seu grupo político, até mesmo de pequenas cidades, sem grande relevância eleitoral.
“O gabinete deles mais parece comitê eleitoral”, reclama um dos prefeitos. Kassab e Lima, que está prestes a se filiar ao PP, tentam atrair políticos para as siglas, de olho nas eleições de 2024. Resultado: Tarcísio também tem problemas na articulação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A fidelidade dos aliados só vai ser confirmada mesmo quando a base estiver diante de pautas impopulares.
Tarcísio é definido como um tecnocrata por seus aliados que esperam que ele tome as rédeas da política, dê um basta na disputa entre seus secretários e mostre quem manda no gabinete.