Após a semana mais tensa na articulação política entre governo e Câmara dos Deputados, o presidente Lula o presidente da Casa, Arthur Lira, tiveram uma conversa na manhã desta segunda-feira (5), no Palácio da Alvorada. d
Segundo fontes ouvidas pelo blog da Andréia Sadi, o presidente da República deixou claro que vai assumir a articulação política e que sabe que não pode errar na política. Como exemplo, segundo relatos obtidos, ele relembrou erros do PT, sob governo Dilma Rousseff, ao implodir a articulação política com Eduardo Cunha- então presidente da Câmara.
Lira garantiu ao presidente, segundo o blog da Andréia Sadi, que, quanto a esse trauma, o governo não tem com o que se preocupar sob sua gestão na Câmara – já que não é o seu estilo o perfil de Cunha. O presidente da Câmara rechaçou qualquer reedição daquele período, garantindo que não haverá qualquer sabotagem ao governo.
Diante do exposto, Lula quis saber da articulação política. Lira voltou a se queixar da articulação política e reafirmou que o governo não tem base aliada. E que, até que isso esteja sedimentado, não da para arriscar pautas de interesse apenas do governo- até porque o Congresso não é progressista.
Também falaram de Alexandre Padilha e de Rui Costa. Ministro da Casa Civil foi criticado por ter chamado Brasília de “ilha da fantasia”. Na visão dos deputados, a fala do ministro foi uma ofensa à política.
Do governo, o nome elogiado por Lira é de Fernando Haddad, ministro da Fazenda. O presidente da Câmara tem excelente relação com o ministro e vai trabalhar, junto a Haddad, pela reforma tributária.
Lula ficou de conversar com líderes do Senado e da Câmara. Existe uma expectativa do governo de que trocar a ministra Daniella Carneiro, do União Brasil, por um deputado da bancada resolva a crise na articulação política.
Nos bastidores, deputados se queixam da tática de ala do governo de rachar bancadas do Centrão. Argumentam que, com expectativa de poder, dificilmente um candidato sairá do lado de Lira para aderir ao governo se quiser disputar sua sucessão em 2025, pois seria visto como um “traidor” dentro da Câmara.