Uma cesta com presentes e um balão com os dizeres “com amor”. O que era pra ser uma surpresa agradável para uma funcionária, era, na verdade, um informe de sua demissão. O debate nasceu de uma postagem no LinkedIn e dividiu opiniões. Muitos comentaram que a empresa poderia tomar atitudes práticas para diminuir o sofrimento do funcionário, como estender o seu plano de saúde para além do seu vínculo ou uma bonificação em dinheiro.
“Se você quer mesmo ajudar alguém que foi demitido, estende o plano de saúde. Paga salário a mais. Indica para outra empresa. Chocolate, biscoito e outros petiscos só alimentam seu próprio ego, camarada”, criticou o usuário Bruno Lacerda.
Mas será que é possível para as empresas deixarem o processo de demissão mais amigável e prestar apoio ao funcionário desligado além da cesta de chocolates? As políticas de outplacament não são propriamente uma novidade no Brasil e podem ser a saída para cada vez mais empresas que querem ajudar o ex-funcionário a se recolocar.
Chocolate e açúcar não ajudam o trabalhador demitido
Bruno Martins, CEO da consultoria Trilha Carreira Interativa, explica que o outplacement é uma das atitudes que as empresas podem tomar para deixar o processo de demissão do trabalhador menos traumático e ainda colaborar com a sua recolocação.
“É um serviço que a empresa contrata para ajudar o funcionário demitido no processo de recolocação. Vai desde uma consultoria e revisão de carreira, revisitar a rede de contatos do funcionário e escrita de currículo. Muitas vezes o profissional fica anos em uma empresa e ela está fora de forma para procurar trabalho”, explica.
Política pode ajudar também quem fica
Martins destaca que o processo também ajuda na saúde mental até mesmo dos funcionários que permanecem na empresa após uma demissão em massa e que pode reforçar uma imagem positiva da própria empresa.
“Isso pode ter uma melhora no ambiente da empresa para os que ficam, já que os layoffs também afetam a saúde desses trabalhadores. Uma política de outplacement reforça a identidade da marca empregadora e mostra que a empresa está demonstrando para o mercado que valoriza os funcionários”, disse.