O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou no Palácio do Itamaraty para a reunião com presidentes da América do Sul. O encontro, que está sendo chamado de ‘refúgio’ por Lula e outros integrantes do governo brasileiro, servirá como palco de debates, com direito a queixas e exposição de divergências políticas e econômicas.
O objetivo final segundo Alice Cravo e Eliane Oliveira, do O Globo, é que, em algum momento, os presidentes comecem a discutir uma agenda comum para a América do Sul.
A expectativa é que Lula proponha um mecanismo de integração semelhante à União de Nações Sul-Americanas (Unasul), criada no início de seu segundo mandato, em 2008, e abandonada em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Hoje, a Unasul conta com apenas sete integrantes (Brasil, Argentina, Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname e Peru) e a saída é construir um fórum cujo fim é unir os 12 países da região.
A programação conta com uma fala inicial de Lula e de cada líder, seguidas por um almoço e uma reunião mais informal. Do Itamaraty, os chefes de Estado seguirão para o Palácio da Alvorada, onde Lula e Janja oferecerão um jantar.
Apenas a presidente do Peru, Dina Boluarte, não estará presente, pois está impedida de deixar o país. Porém, ela enviará um representante de alto nível para o encontro.
Lula dirá que sua intenção é ver a América do Sul unida, independentemente da ideologia ou do regime de governo. O presidente avisou que esta será a primeira reunião e um dos objetivos finais desse processo é chegar a um bloco comum sul-americano, mais forte, para defender suas ideias sobre grandes temas em fóruns internacionais.
Um interlocutor do governo brasileiro envolvido com o evento disse que os países sul-americanos só têm a ganhar em programas de cooperação em saúde, educação, meio ambiente e aquecimento global, segurança alimentar e combate ao crime organizado nas fronteiras. A integração física em áreas como energia e transporte é outro tema prioritário.
Não haverá observadores de outros países no evento. É um encontro restrito, em que cada presidente terá um ou dois acompanhantes, entre os quais seus respectivos chanceleres, voltado exclusivamente para discutir a região.