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segunda-feira 29 de maio de 2023 às 19:21h

Processo de cassação expõe isolamento de Marcelo Crivella no Republicanos

JUSTIÇA, NOTÍCIAS, POLÍTICA


Antes mesmo de ser condenado pela Justiça Eleitoral do Rio, o ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) viu seu prestígio dentro do Republicanos despencar. O político que já esteve à frente do ministério da Agricultura e Pesca na gestão de Dilma Rousseff (2012-2014), comandou a segunda maior cidade do país e foi senador por dois mandatos consecutivos hoje enfrenta isolamento.

Prova disso foi que a sua condenação referente aos “guardiões do Crivella”, esquema montado em 2020 para impedir reportagens sobre o sistema de saúde da capital fluminense, não gerou nenhuma menção de apoio de seus colegas de partido. O Republicanos emitiu uma nota que chegou a ser compartilhada, sem comentários, por dois dos 40 parlamentares que integram a bancada na Câmara Federal — Gustinho Ribeiro (SE) e Milton Vieira (SP).

Os três representantes da sigla no Senado Federal e na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) tampouco fizeram questão de prestar solidariedade ao ex-prefeito. O movimento se diferencia, por exemplo, da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em cassar Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Na ocasião, políticos da oposição se uniram para contestar a decisão nas redes sociais.

Neste final de semana, quando a coluna do Ancelmo Gois antecipou a decisão, os colegas continuaram suas rotinas de postagens normalmente com fotografias curtindo o final de semana, em agendas culturais em seus estados de origens, cultos e preparação para as CPIs que integram.

O perfil de maior relevância digital que comentou a cassação pertence à base governista, ou seja, à oposição do ex-prefeito. O deputado federal do Rio Chico Alencar (PSOL) publicou um vídeo em que o Crivella aparece cantando ao lado de Jair Bolsonaro (PL). “Oi, zum, zum, zum, ta faltando um”, cantarolam os dois em gravação das eleições de 2020. O psolista compartilhou em ironia, insinuando uma possível inelegibilidade do ex-presidente.

Este processo de isolamento do Crivella se intensificou nas eleições do ano passado, quando o atual deputado federal se colocou à disposição para concorrer ao Senado Federal, mas enfrentou resistência interna do Republicanos.

Uma ala do partido julgou que a candidatura à Câmara seria um voo mais tranquilo, o que também evitaria indisposição com o PL de Romário, sigla do governador Cláudio Castro que abriga integrantes do Republicanos em seu primeiro escalão.

De lá para cá, outras ocasiões expuseram o escanteio por parte do partido. Em abril deste ano, Crivella foi novamente despreterido quando o diretório estadual foi entregue nas mãos do prefeito de Belford Roxo e recém filiado ao Republicanos Waguinho.

A ida de Waguinho e outros políticos de sua base para o partido representou uma quebra de dependência da sigla com Crivella, que tinha o evangélico como um de seus maiores expoentes locais. A movimentação, no entanto, foi bem-vista: a guinada menos religiosa da sigla ligada à Igreja Universal pode ajudar a atrair eleitores de outros setores.

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