Se engana quem pensa que a prioridade do presidente Lula, no momento conforme Roseann Kennedy, do Estadão, é resolver os problemas de sua base no Congresso Nacional. Quem frequenta o Palácio do Planalto afirma que o presidente só pensa em “fazer um cercadinho no Judiciário”, de onde acredita que virá sua blindagem.
Nas últimas conversas com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Lula indicou que não vai ceder a pressões de políticos por indicações no Judiciário. As únicas opiniões que levará em conta são de ministros do STF com quem tem diálogo mais assíduo.
Quem ouviu de Lula esse diagnóstico, saiu com a certeza de que o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, não tem chance de ter seu nome indicado para a vaga que será aberta em outubro no Supremo com a saída de Rosa Weber.
Sem domínio na Câmara e no Senado, Lula optou por montar sua base entre os magistrados. O jogo da política tem se judicializado cada vez mais. E Lula sabe que decisões contrárias ao Governo, articuladas por Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, no Congresso, podem ser revertidas no Supremo. Assim como decisões tomadas na primeira instância. O STF tem derrubado as condenações da Lava Jato.
Além de duas escolhas para o Supremo este ano, Lula acaba de nomear dois ministros para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e tem duas vagas para preencher no Superior Tribunal de Justiça (STJ).