Aliados de Lula estão certos de que a Câmara dos Deputados aprovará o novo arcabouço fiscal, consolidando a maior vitória legislativa do governo até agora. Apesar das restrições de setores do PT ao projeto, o presidente Lula (PT) contará segundo Daniel Pereira , da Veja, com os votos de seu partido, que será devidamente enquadrado, e de legendas do chamado Centrão, bloco que foi atacado por petistas durante a campanha eleitoral de 2022, mas agora é cortejado para integrar a base de apoio governista.
Um dos motivos para a esperada adesão do Centrão na votação é o fato de o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, estar empenhado pessoalmente para destravar o novo marco fiscal, negociando com os parlamentares e mantendo linha direta com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Com estilos bem diferentes, Lira e Haddad se tornaram parceiros nessa empreitada específica, que pode representar uma vitória para ambos.
Se o projeto passar, Haddad tirará do papel uma das duas promessas que fez ao presidente e ao dito mercado — a outra é a reforma tributária, que também está bem encaminhada. Ou seja: ganhará mais prestígio. Já Lira, além de dar uma nova demonstração de ascendência sobre o plenário, reforçará sua ofensiva para convencer Lula de que merece ter protagonismo na hora da liberação de recursos orçamentários — exatamente como ocorria na gestão de Jair Bolsonaro.