O senador Randolfe Rodrigues está negociando segundo a colunista Vera Rosa, do Estadão, sua volta para o PT, partido ao qual já foi filiado e deixou em 2005, durante a crise do mensalão que atingiu o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Único senador da Rede Sustentabilidade e líder do governo Lula no Senado, Randolfe anunciou nesta quinta-feira, 18, a saída da legenda que integrava há oito anos, “em caráter irrevogável”. Mas suas divergências com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), não começaram agora.
A gota d’água para a desfiliação foi o confronto com Marina por causa do projeto para exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, barrado pelo Ibama e defendido por ele, em sintonia com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Os desentendimentos com Marina, no entanto, são antigos, tanto que as conversas sobre a possibilidade de filiação ao PT vêm desde o ano passado. Randolfe queria ser ministro do Meio Ambiente, mas Lula escolheu Marina, uma grife e referência na área.
Assim como o senador, Marina foi filiada ao PT. Saiu em 2008, no segundo mandato de Lula, quando também exercia o cargo de ministra do Meio Ambiente e discordou da construção da hidrelétrica de Belo Monte, entrando em rota de colisão com Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil.
O racha entre Marina e Randolfe foi exposto com todas as letras no mês passado, durante o Congresso da Rede, em Brasília. Na ocasião, os grupos dos dois se dividiram pelo comando da Rede e Marina chegou a ser acusada de oferecer cargos no governo em troca de adesões à chapa avalizada por ela.