Na semana passada, o plenário da Câmara dos Deputados derrubou trechos de decretos de Lula que tentavam mudar o marco do saneamento. A derrota governista deflagrou segundo Robson Bonin, da Veja, uma longa troca de acusações dentro da base do governo e escancarou uma crise na articulação política de Lula com o Legislativo.
O trabalho do ministro Alexandre Padilha passou a ser criticado até mesmo por ministros do governo, o que levou o petista, que tem a confiança de Lula para atuar na Secretaria de Governo, a cobrar publicamente alguns colegas, relembra o colunista. Essa briga chegou ao Congresso, onde aliados começaram a expor quem fez corpo mole e quem traiu literalmente o Planalto na votação.
A derrota do governo foi expressiva: 295 votos a favor da derrubada de parte dos decretos de Lula e 136 contra. Até deputados do MDB e do PSD, que possuem cargos no primeiro escalão, votaram com a oposição.
A conta, de acordo com Bonin, caiu no colo do deputado José Guimarães (PT-PE), o líder de Lula na Casa. Alguns líderes de partidos da base votaram contra o governo, outros, simplesmente não estavam em plenário na votação. Vice-líderes governistas também votaram contra o Planalto ou se ausentaram.
Essa relação de quem faltou e quem traiu já está nas mãos de ministros de Lula. As faturas começaram a ser cobradas.