Em entrevista a Natuza Nery, o secretário executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, disse, nesta quinta-feira (11), que quer colaborar com o diálogo entre as políticas monetária e fiscal, caso seu nome seja aprovado para assumir a diretoria de política monetária do Banco Central.
Galípolo foi indicado ao cargo pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas ainda deve passar por uma sabatina no Senado Federal. Veja o perfil completo do economista.
“A gente teve, durante muito tempo no Brasil, políticas monetária e fiscal que iam em sentidos opostos. A intenção que está sendo colocada é que, se por acaso meu nome for aprovado na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado) eu possa colaborar com esse diálogo, com essa interlocução.”
O economista afirmou ter uma boa relação com Roberto Campo Neto, presidente do Banco Central. A autarquia tem sido pressionada pelo governo pela redução da taxa básica de juros da economia, atualmente em 13,75% ao ano.
Caso a nomeação seja aprovada pelo Senado, Galípolo será um dos diretores a compor o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, participando das discussões do colegiado para a formação da taxa básica de juros (Selic).
Para especialistas anteriormente entrevistados no podcast O Assunto, Galípolo tem o desafio de conquistar o mercado, ainda que seu nome seja visto como moderado por trazer, junto de Haddad, uma tentativa de ajustar as contas fiscais por meio do arcabouço fiscal.
“A gente tem consciência de que o ceticismo só vai ser vencido com ações. O que aconteceu de lá pra cá? O real mudou de patamar… Os juros futuros – que é o que se imagina que vai acontecer com juros na média até cada um dos períodos de vencimento dos títulos – vêm cedendo sistematicamente, e a projeção que existe de déficit primário melhorou.”