O presidente Lula não esconde de seus aliados mais próximos conforme Daniel Pereira, da Veja, que quer uma revanche completa com Jair Bolsonaro (PL). Ou seja, que o capitão, assim como ocorreu com o petista, seja declarado inelegível e preso. Tão logo a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente, Lula externou felicidade numa rede social: “Bom dia e boa quarta-feira”.
Hoje, a cassação dos direitos políticos é um ameaça maior a Bolsonaro do que uma eventual ordem de prisão. Há 16 ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pedem a sua inelegibilidade. Uma delas está pronta para julgamento e já tem parecer do Ministério Público Eleitoral a favor da condenação do ex-presidente por abuso de poder político, que teria ocorrido quando ele convocou representantes diplomáticos de outros países para ouvir sua pregação contra as urnas eletrônicas.
Entre os governistas, a expectativa é de que o plenário do TSE puna Bolsonaro por quatro votos a três. Eles divergem, no entanto, sobre os efeitos políticos de uma eventual condenação. No entorno de Lula, uma ala defende a tese de que, com o capitão fora do páreo, o caminho do PT será mais fácil em 2026, diante da ausência de um rival conhecido nacionalmente e forte eleitoralmente.
Mas também há quem acredite que eventual tiro disparado pela Justiça Eleitoral pode ter efeito contrário, vitimizando Bolsonaro, que se tornaria um cabo eleitoral ainda mais poderoso do que foi em outubro passado, quando seu partido, o PL, elegeu a maior bancada na Câmara dos Deputados. Para este grupo, Bolsonaro, caso seja proibido de disputar, terá mais força para fazer campanha pelo nome escolhido por ele para sucedê-lo.
Opções não faltam. Nas rodas de políticos, diz-se que três governadores de direita têm potencial para concorrer à Presidência em 2026: Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Jr (Paraná).