O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) viveu na tarde da última sexta-feira (5) uma experiência inédita e inusitada em seus quase 50 anos de vida política. Ao chegar para uma sessão normal na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), deparou-se com o plenário de reuniões vazio.
Dos 94 deputados que compõem a Casa, Suplicy era o único presente.
“Desde 1978, já fui vereador, deputado estadual, deputado federal, senador, e nunca tinha acontecido algo parecido comigo”, conta ele.
A sessão era ordinária (reunião legislativa normal, realizada nos dias úteis) e não deliberativa (não havia votação prevista). Suplicy conta que, orientado pela assessoria da Alesp, presidiu a sessão e fez um pronunciamento de 15 minutos sobre a aprovação na Câmara de um projeto que garante igualdade salarial para homens e mulheres.
Às 14h15, diz, como ainda estava sozinho no plenário, encerrou a sessão. “O deputado Simão Pedro (PT) chegou pouco depois, mas já estava encerrada.”
O regimento interno da Alesp não impede esse procedimento, desde que haja número mínimo de deputados presentes nas Casa (no plenário e demais espaços) e que tenham assinado a lista de presença. Atualmente a presença é registrada por meio da biometria.
Na sessão de sexta, embora Suplicy estivesse sozinho no plenário, havia o mínimo de assinaturas de presença exigido pelo regulamento para abertura de sessão (14 assinaturas).
Suplicy diz que não teve intenção de criticar os colegas com seu ato. “Alguns deputados têm muitas tarefas no interior, em suas respectivas regiões. Muitos me disseram depois que tinham atividades agendadas.”
Ele explica também que havia três outros compromissos importantes na tarde de sexta na Alesp, após o horário da sessão ordinária: os 78 anos do fim da participação brasileira na Segunda Guerra, o lançamento da Frente Parlamentar da Permanência Estudantil e a entrega do colar de Honra ao Mérito Legislativo a Leila Pereira, presidente do Palmeiras.
Procurada, a assessoria da Alesp não respondeu até a publicação do texto.