O secretário de Comunicação da Bahia, André Curvello, avaliou conforme Mateus Soares, do jornal Tribuna, que o avanço do Projeto de Lei das Fake News seria um avanço para o país. Curvello disse, porém, apesar de não concordar com alguns pontos da matéria, que, pela primeira vez, um projeto está destacando os riscos que a internet pode conter e responsabilizando devidamente as plataformas. ”Esse projeto começou a ser discutido há quatro anos, mas infelizmente não foi adiante com a velocidade e com a seriedade que seriam necessárias”, contou, em entrevista concedida ontem à rádio Metrópole. “Mas hoje, até motivado pelo advento triste de ameaça às escolas, o Congresso resolveu colocar em pauta e pode ser voltado de hoje para amanhã”.
“Penso que no mundo do ‘on’ e do ‘off’ tem que ter regras, tem que ter respeito. Acho que essas plataformas têm que acordar para isso. No fundo, todas elas querem faturar, e muitas vezes isso acontece alavancando notícias falsas”, afirmou André Curvello, que está à frente da Comunicação desde 2015, quando foi nomeado pelo então governador Rui Costa (PT).
Na última segunda-feira, o Google lançou uma ofensiva contra o PL nº 2630/2020. Quem usou a plataforma se deparou com um link bem embaixo da caixa de busca, com os dizeres: “O PL das Fake News pode piorar sua internet”.
O link direcionava para um post do blog do Google com inúmeras críticas ao projeto. Segundo o site de dados Statista, 97% dos brasileiros usam o Google para buscas na internet. De acordo com levantamento do NetLab, a plataforma também está privilegiando links de conteúdo de oposição ao PL nos resultados das buscas sobre o Projeto de Lei, além de anúncios do próprio Google criticando a nova legislação.
No entanto, a plataforma negou que esteja privilegiando links contra o PL em seu buscador e afirmou que seus sistemas de ranqueamento se aplicam para todas as páginas da web, incluindo aquelas que administra.
Curvello, citando a mensagem do Google, também mencionou que as plataformas estão se preocupando apenas com elas mesmas.
“Porque assim eu vou reduzir o meu consumo e isso as prejudica [as empresas]. Não podemos deixar como está, as pessoas fazem ataques e não são responsabilizadas”, opinou o titular da pasta da Comunicação no estado.