Antecipando uma reunião de líderes que deve indicar posicionamentos sobre o projeto de lei (PL) das Fake News, o deputado Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) tenta ganhar apoio à proposta. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (2), junto a representantes de vertentes evangélicas e católicas, o parlamentar afirmou que uma “vasta maioria” de cristãos e favorável à regulamentação de postagens nas redes sociais.
Porém, segundo Ândrea Maelcher, do Correio Braziliense, na bancada evangélica, o PL não tem boas chances de aprovação.
“Vai haver logo mais uma reunião de líderes e vamos ter objetivamente um mapa sobre o tamanho dessa influência, inclusive da própria bancada evangélica”, afirmou o parlamentar. “Acredito que não haverá oportunidade dentro da bancada evangélica, pois tem uma posição que aparentemente é majoritária contra o projeto de lei, acho isso um absurdo”.
Henrique Vieira aponta que, ao seu ver, no entanto, há “tensionamentos” no grupo evangélico que podem dar melhores chance de aprovação à proposta.
“Nós temos o parâmetro da semana passada, quando aprovamos o regime de urgência para realizar a votação hoje. Não dá pra dizer que o projeto não tenha viabilidade e força. Se não tivesse chance real de aprovação não teríamos chegado até hoje. Se fosse um projeto sem força não estaria às portas de uma votação. Mas o que está acontecendo é que houve forte pressão de plataformas na última semana e forte pressão”, argumenta o deputado.
O PL 2630/20 deve ser votado nesta terça, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reunirá com líderes partidários e com Orlando Silva (PCdoB-SP) para debater a possibilidade de aprovação da proposta.
As gigantes da tecnologia, por sua vez, vêm combatendo o PL. Na segunda-feira (1º/5), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, usou suas redes sociais para postar uma imagem da página do Google com um link argumentando que o projeto poderia “piorar sua internet” e afirmou que encaminhará o assunto “à análise da Secretaria Nacional do Consumidor, órgão do Ministério da Justiça, à vista da possibilidade de configuração de práticas abusivas das empresas”.