O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou nesta sexta-feira (28), que embargou 3.380 hectares de caatinga desmatados ilegalmente na região da bacia do rio São Francisco, na Bahia. Segundo o órgão, a área é equivalente a 3,3 mil campos de futebol.
O embargo foi feito nesta semana durante a Operação Mandacaru I, de combate ao desmatamento ilegal do bioma caatinga. Segundo o Ibama, os donos dos terrenos foram identificados, autuados e responderão na Justiça por crime ambiental, além de serem obrigados a recuperar as áreas degradadas. As multas superam R$ 5,8 milhões.
A Operação Mandacaru I foi realizada nos municípios de Santana, São Félix do Coribe, Sítio do Mato, Coribe, Carinhanha, Serra do Ramalho e Santa Maria da Vitória.
De acordo com os agentes ambientais federais que participaram da ação, o desmatamento foi realizado para ampliação de atividades agropecuárias, em especial a criação de gado, sem licença dos órgãos ambientais.
O Ibama informou que o desmatamento ilegal na caatinga empobrece o solo, provoca o assoreamento dos rios e elimina o habitat de diversos animais silvestres. Também contribui para o aumento dos níveis de gás carbônico na atmosfera, acelerando mudanças climáticas.
De acordo com a superintendente do Ibama na Bahia, Lívia Martins, a operação realizada na caatinga terá continuidade ao longo do ano.
Dia da caatinga
Em 28 de abril é comemorado o dia da caatinga. A data foi instituída há 20 anos para tornar mais conhecido o único bioma exclusivamente brasileiro.
Estima-se que a caatinga, situada majoritariamente na região nordeste, ocupe aproximadamente 10% do território brasileiro. Embora abrigue enorme biodiversidade, o bioma já perdeu 50% de sua área original. Da extensão remanescente, somente 8% está em unidades de conservação.
A caatinga também abriga expressiva diversidade cultural. Sua população, de aproximadamente 20 milhões de pessoas, engloba povos tradicionais, quilombolas e 35 etnias indígenas.