Até agora, de acordo com Robson Bonin, da coluna Radar, ninguém do governo chamou o relator do arcabouço fiscal, deputado federal pela Bahia, Cláudio Cajado (PP), para uma conversa no Palácio do Planalto ou no Ministério da Fazenda.
O mais perto disso foi uma abordagem recente pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Mas, em vez de fazer a ponte, o petista só perguntou ao deputado se alguém do Executivo o havia procurado.
Cabe lembrar que Arthur Lira anunciou Cajado como o relator do arcabouço fiscal há oito dias, dizendo havia feito a escolha “com a celeridade que o país exige”.
Ao Radar, Cajado afirmou que são três as principais críticas ao projeto de Fernando Haddad que tem ouvido até agora: ausência de punição a gestores por descumprir metas, exceções demais às regras e necessidade constante de alta da arrecadação para aumentar investimentos.
Lira quer pautar a votação da proposta até 10 de maio. O relator acredita que a aprovação do texto na Câmara seria um gesto concreto do governo Lula que o Banco Central não poderia ignorar na calibragem dos juros.
“O Banco Central deveria estar se preparando” para baixar a Selic, disse.
Por enquanto, ainda segundo o colunista, Cajado afirma estar se limitando a escutar, de “mente aberta”, as impressões e sugestões de colegas na Câmara sobre o projeto, sem transparecer sua própria avaliação.
“É um projeto moderno, com conceitos valorosos”, declara. Ele tem contado com o auxílio de consultores de orçamento da Câmara, que, por sua vez, estão em interlocução com técnicos do governo.
Na quinta à noite, Cajado chegou em São Paulo para a primeira rodada de conversas com a Faria Lima desde que assumiu a responsabilidade sobre o texto do arcabouço fiscal. Na agenda, o BTG Pactual e mais cinco casas do mercado financeiro.