Durante sua participação na sessão que debate juros, crescimento e inflação, nesta quinta-feira (27), no Senado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou o sistema tributário brasileiro como um “descalabro” e voltou a dizer, conforme o portal Metrópoles, que o governo pretende abrir a “caixa-preta” das renúncias fiscais para aumentar a arrecadação.
“É um descalabro o que se tornou o sistema tributário brasileiro. É uma colcha de retalhos absolutamente ingovernável, uma litigiosidade sem fim, sobretudo no plano estadual, em que o ICMS se tornou um ponto de atenção gravíssimo, mas também no plano federal”, afirmou Haddad aos senadores.
“Temos de abrir essa caixa-preta e discutir com a sociedade para onde está indo o recurso público. Há que se falar em corte de gastos, sim, sobretudo o gasto tributário”, prosseguiu o ministro da Fazenda.
“Nós estamos dispostos a enfrentar o debate francamente. Abrindo as contas e dizendo: nós vamos ficar mais sete anos sem aumentar o salário mínimo, mais 15 anos sem aumentar a tabela do SUS, mais sete anos sem a revisão da tabela do Imposto de Renda, ou vamos fazer o ajuste das contas justo e correto?”, questionou Haddad.
O ministro afirmou ainda que o atual governo herdou “uma situação muito delicada” na economia. “Essa herança precisa ser administrada de alguma maneira. Tínhamos que reequilibrar as contas públicas seguindo a orientação das urnas, de não sacrificar os mais pobres, aqueles que dependem do Estado brasileiro para se desenvolver”, disse.