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Jair Bolsonaro — Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters
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quinta-feira 27 de abril de 2023 às 13:27h

Bolsonaro diz à PF que eleição de 2022 é ‘página virada’

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O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, no depoimento à Polícia Federal nesta última quarta-feira (26), que as eleições de 2022 são “uma página virada em sua vida”.

Bolsonaro foi chamado a depor em razão de ter compartilhado em rede social, dois dias após os atos golpistas do dia 8 de janeiro, um vídeo que questionava sem qualquer evidência o funcionamento do sistema eleitoral nas eleições do ano passado.

“QUE, em relação ao conteúdo do vídeo, considera a Eleição de 2022 uma página virada em sua vida; QUE, indagado a respeito de sua opinião sobre o processo eleitoral, afirma que, ao postar o vídeo, não havia o assistido em sua integralidade e, em momento algum, emitiu juízo de valor sobre ele”, diz o termo do depoimento obtido pela TV Globo.

O depoimento desta quarta, que durou cerca de duas horas, é parte do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e vandalizadas.

A PF tomou as declarações de Bolsonaro após determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. Na avaliação de investigadores, uma postagem feita no dia 10 de janeiro pelo ex-presidente o ligaria aos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Ele apagou a publicação em seguida, diz José Vianna e Márcio Falcão, da TV Globo.

A TV Globo já tinha divulgado nesta quarta que, no depoimento, Bolsonaro havia optado por responder apenas perguntas sobre o compartilhamento do vídeo, e se colocado à disposição para tratar de outros temas em nova data. E que tinha afirmado que compartilhou o vídeo “sem querer”.

Os advogados também anexaram prints de mensagens em rede social nas quais Bolsonaro, supostamente, condena os atos de 8 de janeiro. No depoimento, o ex-presidente também afirmou à PF que “repudia e condena” atos contra a ordem democrática.

“QUE, por fim, o declarante reitera que repudia e condena todo e qualquer ato que vise a abalar a ordem democrática e que durante os seus quatro anos de governo sempre atuou dentro das ‘quatro linhas’ da Constituição Federal”, diz o termo.

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