Motivo de crise na base, a demora na nomeação de cargos do segundo escalão tem nome, diz
: o famoso “toma lá, dá cá”.Lula sabe que terá de negociar no varejo com deputados e senadores, já que não tem mais condições de conseguir a adesão de bancadas inteiras dos partidos, hoje fragmentados entre o bolsonarismo e a agenda progressista.
Para ter margem de manobra nas votações, o governo vem segurando nomeações nos ministérios para usar os cargos na barganha com deputados e senadores.
Há, nos bastidores do Planalto, até uma briga entre Rui Costa, o gerente desse banco de cargos, e os ministros de outras pastas. Nenhum auxiliar de Lula aceita perder cargos no ministério que comanda para acordos firmados por Rui na Casa Civil.
Os ministros querem, naturalmente, nomear pessoas de confiança ou de seus círculos políticos nessas vagas. Como a Casa Civil não tem autorizado essas nomeações de “porteira fechada”, o que ocorre é uma guerra fria, diz o colunista.
Ministérios atrasam procedimentos para evitar nomeações de figuras escolhidas pela Casa Civil e até estimulam disputas na base para “queimar” candidatos que desagradem. Enquanto tudo isso ocorre, o governo se arrasta com a eterna agenda do futuro, nunca do presente.