Segundo o colunista Robson Bonin, da Veja, o presidente Lula (PT) ainda tem muito tempo para fazer seu governo deslanchar. O jogo começou há menos de quatro meses e é natural, num país com tantas necessidades, que falte paciência ao público na largada do governo.
A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (19), de acordo com Bonin, oferece um alerta ao presidente. Apesar dos milhões gastos em publicidade para pintar um país colorido nos 100 dias, a coisa não vai bem. O instituto perguntou a mais de 2.000 entrevistados: “Você aprova a forma como Lula se comporta como presidente?”
Em fevereiro, os que aprovavam eram 65%. Agora, são 53%. Os que reprovam eram 29% e hoje são 40%. A queda de 12 pontos na aprovação oferece ao petista a oportunidade de corrigir algumas rotas. Aliados ouvidos pelo Radar mostram profundo desconforto com a agenda negativa criada pelo petista em torno da guerra da Ucrânia.
Além de colocar o governo na defensiva, falando sobre algo que está distante da realidade dos brasileiros — inclusive dos eleitores de Lula, que deploram os ataques russos –, a agenda, apesar de ser uma causa nobre, mostra a ausência de prioridade e de foco da gestão, na avaliação de aliados. Lula deveria estar focado em lançar luz nas agendas prioritárias do país.
“É uma questão básica: Lula não foi eleito para resolver guerra na Ucrânia, um conflito do outro lado do planeta, foi eleito para lidar com questões urgentes do país. Quer criar um clube da paz? Cria no Brasil. Controla os companheiros de MST que estão tocando o terror no agro, justamente o setor que mais contribui para a economia”, diz um aliado do petista.