Começou no final dessa manhã de segunda-feira (10), no Planalto, a cerimônia dos 100 dias do governo. Em seu discurso, Lula mirou em Jair Bolsonaro para justificar dificuldades de sua largada neste terceiro mandato.
“Eu não tenho hábito de falar dos 100 dias de governo, eu acho que eu nunca falei nos outros mandatos… Mas, na outra vez, recebi o governo de um companheiro democrata, que tinha uma marca de civilidade que (Bolsonaro), agora, não tem. Então, foi uma coisa muito leve, e eu não sei se a gente discutir 100 dias naquela ocasião (em 2003)”, disse Lula.
O petista disse que o gesto de união entre o governo, Congresso e STF, após a tentativa de golpe de 8 de janeiro, vai marcar esse mandato.
“Nós sabemos o que foi o período de 2018 a 2022, nós sabemos o que esse país passou, nós sabemos as ofensas que a democracia passou, nós sabemos as ofensas que as mulheres sofreram, que os negros sofreram, que os democratas sofreram, que a Suprema Corte sofreu, que o Poder Judiciário sofreu, nós sabemos as ofensas que os governadores sofreram”, disse o petista.
Lula também afirmou que Bolsonaro e seus aliados “não queriam deixar o poder” e lembrou os “bilhões” gastos “na perspectiva de perpetuar o fascismo nesse país”.
O petista falou da postura de Bolsonaro com os governadores, prefeitos e parlamentares no Planalto, colecionando conflitos ao longo do mandato: “Nunca antes na história do Brasil um presidente da República tinha tratado os entes federados com tanto desrespeito como foram tratados governadores e como foram tratados prefeitos nesse país e como foram tratados deputados mesmo com o orçamento secreto”.