Às vezes amado, às vezes odiado, o WhatsApp é um aplicativos mais usados pelo brasileiro e se tornou parte da vida cotidiana.
Lembra quando era normal comprar pacotes de SMS para mandar mensagens aos amigos e familiares? Esses dias ficaram para trás, muito por causa do WhatsApp, que conquistou o Brasil com a premissa de “mandar mensagem de graça” em uma época que elas eram pagas por envio. O aplicativo completou 10 anos neste último domingo (24) , foi lançado em 24 de fevereiro de 2009 e é um dos mais usados pelos brasileiros.
Nesse período, ele mudou completamente a maneira como nos comunicamos e até a dinâmica do mercado de telecomunicações.
Com a chegada do smartphone e da internet móvel, foi o uso de aplicativos de mensagem como o WhatsApp que consagrou o consumo de dados em detrimento de minutos de ligação e democratizou as comunicações. Números da consultoria especializada Teleco mostram que a venda de serviços de dados corresponde a 71,4% do faturamento das operadoras de telefonia no país.
Esse número reflete a relação que o usuário tem com a internet móvel. Segundo o IBGE divulgou no final do ano passado, o país tinha 126,4 milhões de usuários de internet em 2017, o que representava 69,8% da população com 10 anos ou mais. Os dados mostram que 98% dos usuários usa o celular para acessar a internet e a principal finalidade de acesso é usar mandar e receber mensagens.
De acordo com o próprio WhatsApp, o aplicativo tem mais de 120 milhões de usuários no Brasil, um dos países em que é mais forte, ao lado da Índia.
Crescimento e polêmica
Desde que foi lançado oficialmente, o aplicativo passou por várias mudanças, cresceu muito e protagonizou muitas polêmicas. Relembre algumas das principais notícias sobre o aplicativo:
2009: é criado por Brian Acton e Jan Koum
2010: recebe versão para Android
2011: são criados os grupos
2012: mensagens começam a ser criptografadas
2013: permite o envio de áudios
2014: é comprado pelo Facebook por US$ 22 bilhões
2015: bloqueado por juízes, passa por sua primeira grande polêmica no Brasil
2016: o app, que antes custava US$ 1 por ano, passa a ser gratuito
2018: lança versão para empresas e se torna parte central na comunicação política durante as eleições
2019: Com casos graves de boatos e desinformação, limita encaminhamento de mensagens e se torna tão trivial na vida das pessoas que até o presidente tem áudios vazados
De uma maneira simples de se comunicar com segurança, o WhatsApp se tornou praticamente um meio onde muitas pessoas buscam informação. Na Índia, o maior mercado do aplicativo no mundo, o problema se tornou tão grave que linchamentos e mortes foram causados por boatos que surgiram no mensageiro.
Foi por isso que o WhatsApp tomou medidas para contornar a difusão desse tipo de informação falsa.
A preocupação também tem crescido com o uso da plataforma em campanhas políticas. Este ano, a Índia passa por eleições e o aplicativo já anunciou que vai olhar de perto para o processo e trazer maneiras de impedir que notícias falsas circulem.
Amado e odiado
Com mais de 1 bilhão de usuários, o WhatsApp é, às vezes amado, às vezes odiado.
É onde estão os grupos — da família, do trabalho ou dos amigos. É o app da paquera, que as pessoas usam “para ir de zap” e onde falam porque pelos outros “é ruim”. É o app do “bom dia”, a fonte do famoso “gemidão” e de tantos outros áudios de corrente. Mas também é o app que nos deixou conectados 24h por dia, por onde circulam correntes e notícias falsas. Para o bem e para o mal, o WhatsApp é hoje parte da vida cotidiana do brasileiro.
Por Thiago Lavado