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Laina Crisóstomo (Psol) participou da reunião do Colegiado dos Direitos da Mulher Foto: Carlos Amilton/Agência AL-BA
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quinta-feira 6 de abril de 2023 às 05:32h

Deputadas se solidarizaram com vereadora de Salvador

NOTÍCIAS, POLÍTICA


“Já tínhamos sofrido um processo de ataque antes, mas o da última segunda-feira (3) foi muito violento. A companheira Cleide foi retirada à força do plenário da Câmara. É importante que se diga o quanto de gatilhos são ativados em uma mulher preta que perdeu dois filhos a tiros em razão da violência policial. Você ter assistência militar lhe conduzindo a sair do plenário, significa dizer que o espaço da política tem sido um espaço adoecedor, enlouquecedor pra gente”.

O desabafo é da vereadora de Salvador, Laina Crisóstomo (Psol), que marcou presença na reunião da Comissão dos Direitos da Mulher, da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), realizada na manhã desta quarta-feira (5), na Sala José Amando. Em quebra de protocolo permitida pelas integrantes do colegiado, a edil relatou o episódio ocorrido na Câmara Municipal de Salvador (CMS), em que Cleide Coutinho, companheira de mandato coletivo Pretas Por Salvador, de titularidade de Laina, foi retirada do plenário da CMS pela Assistência Militar, após ter a sua presença na cadeira destinada aos vereadores questionada na sessão ordinária.

O relato comoveu as parlamentares, que manifestaram apoio à vereadora. Para a deputada Ivana Bastos (PSD), presidente nacional da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), o constrangimento narrado é mais um exemplo de violência contra mulheres, prática ainda muito forte no Brasil. Conforme sugeriu a deputada, a comissão, que na oportunidade não tinha quórum para aprovação, votará a publicação de uma moção de repúdio, como forma de demonstrar apoio à vítima e de reafirmar a união das mulheres na luta contra a discriminação e violência de gênero.

“É inadmissível a gente ver isso na Câmara de Salvador. A gente vê na Assembleia Legislativa de São Paulo, na Câmara do Rio Grande do Sul, a gente vê em todos os espaços. É inadmissível, seja qual for o espaço. Temos que nos manifestar, prestar solidariedade para vocês e repudiar o que aconteceu. Hoje, a gente não tem pelo regimento quorum para deliberar, mas vamos colocar em pauta para a próxima reunião. Temos que dar uma resposta, porque juntas somos mais fortes. A gente tem que se impor, a gente tem que matar um leão por dia”, enfatizou.

A deputada Ludmilla Fiscina (PV) advogou a criação de uma comissão itinerante para visitar e inspecionar repartições públicas em relação ao trato, respeito e amparo às mulheres. Em razão do relato da vereadora, a deputada sugeriu a CMS como local para a primeira inspeção. A demanda apresentada pela parlamentar deverá ser votada na próxima quarta-feira, em reunião ordinária.

Conforme ressaltou a deputada Neusa Cadore (PT), violência política é crime previsto em lei. A parlamentar destacou que embora exista legislação que prevê uma maior proteção da mulher, a lei precisa ser cumprida, o que em muitos casos não tem acontecido.

Às vésperas do feriado da Semana Santa, as deputadas também comemoraram a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à lei federal que obriga as Delegacias de Atendimento à Mulher a funcionarem 24 horas em todo o Brasil.

Além dos já citados, registraram frequência na Comissão dos Direitos da Mulher as deputadas Maria del Carmen (PT) e Olívia Santana (PC do B).

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