Um artigo publicado na revista científica Annals of Internal Medicine chamou de “alarmante” a alta de casos de infecção pelo fungo da espécie Candida auris.
Somente em 2021, o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos registrou um aumento de casos de 756 para 1.471. Apesar da pesquisa não abarcar o ano de 2022, no site da entidade é possível ver um mapa com os casos registrados nos últimos 12 meses, que chegou a 2.377.
A organização também afirmou que pessoas saudáveis não correm riscos de morte ao contrair o fungo, mas aquelas que têm o sistema imunológico comprometido e utilizam algum dispositivo médico, como ventilador ou cateter, correm o risco de maiores complicações ou até mesmo de morrer.
O que é esse fungo?
Esse microorganismo, que está sendo chamado de superfungo, é particularmente perigoso para os seres humanos por conta da sua resistência a vários medicamentos antifúngicos comuns. Algumas cepas são resistentes às três principais classes de fármacos antifúngicos conhecidos: polienos, azóis e equinocandinas.
Quais os principais sintomas?
Cientistas dizem que é difícil identificar sintomas diretamente ligados à infecção já que os pacientes infectados já estão doentes e, muitas vezes, pegam o fungo no hospital. Os sintomas dependem da região do corpo que foi mais afetada. Já quando há uma infecção sanguínea, sintomas comuns são febre e calafrios.
Casos no Brasil
O fungo já chegou ao Brasil e teve ao menos três surtos entre o final de 2021 e início de 2022. O maior deles foi registrado em um hospital no Recife, onde 48 casos foram confirmados.
Um grupo de cientistas da Fiocruz realizaram uma pesquisa dando detalhes sobre o surto e que foi publicado na revista científica Frontiers in Cellular and Infection Microbiology. Nove casos foram estudados pelos pesquisadores: foram 7 homens e 2 mulheres com idades entre 22 e 70 anos. “A identificação rápida e precisa dessa espécie é essencial para o manejo, controle e prevenção de infecções”, afirmou a pesquisa.
Entenda o caso:
- Primeiro caso foi registrado nos EUA em 2016 e infecções explodiram em 2021;
- Cepa do fungo é imune à principais medicamentos;
- Brasil teve grande surto no Recife;
- Sintomas são de difícil percepção.