O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) elogiou, na noite desta quinta-feira (23), a ação da Polícia Federal e de outros órgãos que levou à desmobilização de planos do PCC contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e outras autoridades.
Em vídeo, Alckmin classificou o planejamento da facção criminosa como “graves planos contra a democracia brasileira”.
“Parabéns ao Ministério Público de São Paulo, ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal por esse importante trabalho. E parabéns aos profissionais da segurança pública, policiais e agentes penitenciários de todo o Brasil, que dedicam as suas vidas a tornar o nosso país seguro.”
1/2: Sobre a operação Sequaz, o governo @LulaOficial não se curvará diante de ameaças criminosas. O Estado brasileiro não admitirá ameaças à ordem pública. pic.twitter.com/ZThU8kCXMX
— Geraldo Alckmin ?? (@geraldoalckmin) March 24, 2023
A fala de Alckmin exaltando a operação policial ocorre horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter afirmado que o episódio era “uma armação” do ex-juiz da Lava Jato.
“Quero ser cauteloso, vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro”, disse o presidente.
A declaração de Lula foi dada mesmo após integrantes do próprio governo petista terem exaltado a operação do dia anterior feita pela PF, que é subordinada ao Ministério da Justiça.
No vídeo, Alckmin destacou que a facção planejava ataques em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Lembrou ainda que foi alvo de ameaças semelhantes quando foi governador de São Paulo e defendeu ações tomadas à época no estado para combater organizações criminosas.
“Claro que esse trabalho incomoda o crime organizado. Mas o governo do presidente Lula não se curvará diante de ameaças criminosas como essa”, disse o vice-presidente.
Alckmin não mencionou no vídeo Moro ou mesmo as falas de Lula.
Além de sugerir —sem provas— que existiria uma “armação”, Lula deu uma entrevista na véspera da deflagração da operação que também virou munição da oposição contra o governo.
Em entrevista, ele lembrou o período em que esteve preso em Curitiba e contou que dizia a visitantes que só ficaria bem quando conseguisse “foder esse Moro”.
Com a revelação no dia seguinte de que havia um plano do PCC contra o senador, bolsonaristas passaram a usar a declaração para tentar associar o governo à ação da facção criminosa e, assim, desgastar o Planalto.
A reação de Lula gerou incômodo entre aliados. Eles consideram que a consequência política desse tipo de ilação é dar munição à oposição —que tem explorado o caso— e alçar Moro a uma posição de destaque no noticiário que ele não possuía nesse início de legislatura.