Depois de Rodrigo Pacheco anunciar que irá instalar comissões mistas para analisar as medidas provisórias editadas por Lula, à revelia da contrariedade de Arthur Lira (PP-AL), o senador Renan Calheiros (MDB-AL)foi às redes sociais há pouco cantar vitória sobre o presidente da Câmara, seu rival em Alagoas. O emedebista foi o autor da questão de ordem acolhida por Pacheco para restabelecer o rito constitucional da apreciação de MPs, que foi abreviado por conta da pandemia da Covid-19.
“Por unanimidade, os líderes apoiaram a volta das Comissões Mistas na análise das MPs. Minha questão de ordem repõe a ordem constitucional, enterra um pendor imperial e atalha a crise institucional. A Constituição não se presta a chantagem e manda em todos nós”, escreveu Calheiros.
O senador disse ainda que o rito das medidas provisórias é constitucional e não “paroquial”.
“Sou defensor das diretas, desde as Diretas-Já, ao contrário dos meus adversários em Alagoas que gostam de indiretas. Aliás, os derroto em eleições diretas e, por isso, Arthur delira sem compreender o tamanho do cargo que ocupa”, concluiu, com um ataque direto a Lira.
Mais cedo, o presidente da Câmara alfinetou Pacheco, dizendo que “há dificuldade em se entender quem manda ou quem dirige o Senado” e que “posicionamentos políticos locais não deveriam interferir na dinâmica do Brasil”.
“Lamento que a política regional de Alagoas interfira no Brasil. O Senado não pode ser refém da política de Alagoas e nem do Amapá”, declarou o presidente da Câmara, em referência velada a Calheiros e ao amapaense Davi Alcolumbre.
“O maior interessado na vigência das MPs é o Senado, porque foram eles que indicaram ministros, são eles que têm ministérios”, complementou.