O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta quinta-feira (23) que o Brasil tem taxa de juros desproporcional para a situação atual do País, se comparado ao restante do mundo. Na quarta-feira (22), conforme o Estadão, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic no patamar de 13,75%.
Ele se reuniu na manhã desta quinta-feira com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na sede da pasta econômica em Brasília.
Aos jornalistas, Padilha reforçou que o governo “está fazendo a sua parte” para garantir uma redução nos juros, ao citar a apresentação da quarta-feira do relatório de despesas e receitas do primeiro bimestre, com sinalização de melhoria fiscal, além da apresentação do novo arcabouço e o ambiente positivo no Congresso para aprovação da proposta.
“Só reforça aquilo que tenho ouvido de empresários, a avaliação que empresários fazem, economistas fazem, lideranças do Congresso Nacional, de que o Brasil vive uma taxa de juros desproporcional para a situação do País quando a gente compara a realidade internacional. O governo está fazendo sua parte”, avaliou Padilha.
Ele negou que o fato de o governo não ter apresentado o novo marco fiscal possa ter influenciado na decisão do Copom da quarta-feira. “Certamente não foi apresentar ou não apresentar que mobilizou a decisão do Banco Central”, disse.
Padilha também negou que haja dificuldade na elaboração do marco, com divergência entre atores da sociedade, lideranças políticas e do próprio governo. “Dificuldade nenhuma. O ministro Fernando Haddad construiu, lidera esse debate junto com a equipe econômica, apresentou ao presidente Lula. Fez as consultas que o presidente recomendou. O retorno foi muito positivo”, disse.
O ministro reforçou o desejo do chefe do Executivo de debater a proposta com líderes partidários e os presidentes das Casas legislativas para que o projeto chegue maduro ao Congresso.
Ele também garantiu que o governo tem base para aprovar projetos prioritários, como marco fiscal e reforma tributária. As duas pautas, inclusive, prioridades da área econômica, ultrapassam a base do Executivo, na avaliação de Padilha.