O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) repetiu a estratégia do seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e buscou associar as ameaças ao senador Sergio Moro (União Brasil-PR) pelo crime organizado ao presidente Lula. Em discurso no plenário, Flávio disse que se valia da sua imunidade parlamentar para fazer essa associação.
“E os sinais vindos do atual governo não são bons: desde a campanha eleitoral, quando um candidato usa um boné com a sigla CPX, as mesmas letras encontradas em fuzis no complexo do Alemão, qual a mensagem que passa pro povo?”, questionou Flávio, sem comprovar a fala. A sigla “CPX” refere-se na verdade a “Complexo”, como os moradores do Complexo do Alemão se referem ao bairro — e não necessariamente tem ligação com o crime organizado.
Ele ainda usou como suposta “prova” da ligação do governo com o crime organizado uma visita do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao complexo da Maré na semana passada. A CCJ da Câmara conseguiu aprovar um convite nesta quarta-feira (22), para que ele vá na próxima semana explicar sua ida ao local.
Para Flávio, é a direita que seria vítima de ódio. “A gente sempre vê na prática que nos acusam de sermos e termos um perfil e , na realidade, somos vítimas do ódio. Meu pai quase morreu com uma facada proferida por um ex-integrante do PSOL. O senhor recebendo agora ameaças de uma organização criminosa vinculadas ao PCC”, concluiu.
A sessão seguiu como um ato de desagravo a Sergio Moro, que chamou as ameaças de “assustadoras”.