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domingo 12 de março de 2023 às 07:10h

Biden e Von der Leyen querem evitar concorrência prejudicial sobre transição energética

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se comprometeram na sexta-feira (10) a evitar que ambas as economias entrem em uma concorrência prejudicial na corrida pela transição energética, para a qual devem chegar a acordos sobre certos metais e ajudas públicas.

O principal tema do encontro entre ambos os líderes na Casa Branca foi a Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês), um grande plano de estímulo de energia limpa lançado por Biden, que contempla créditos fiscais para a compra de veículos elétricos, cujos efeitos preocupam os europeus.

Para acalmar estes temores, prometeram em um comunicado publicado ao fim da reunião “iniciar de imediato negociações sobre um acordo específico de minerais críticos” para a transição energética.

“Hoje concordamos em trabalhar para que as matérias-primas críticas provenientes ou processadas na União Europeia entrem no mercado dos Estados Unidos como se fossem provenientes do mercado americano”, declarou Von der Leyen a repórteres após a reunião.

Competição

Embora não pretenda mudar muito seu programa, Biden prometeu “trabalhar para evitar a competição de soma zero” e que as iniciativas dos Estados Unidos “maximizem a implantação e o emprego de energia limpa e não levem a ganhos inesperados para interesses privados”, segundo o comunicado.

Antes do início do encontro, o presidente americano recordou ter prometido à Von der Leyen “uma nova era” nas relações transatlânticas, duramente afetadas pelo seu antecessor na Casa Branca, Donald Trump, e elogiou a unidade diante da invasão russa da Ucrânia.

“Quero agradecê-la por sua liderança” na conclusão de um acordo com o Reino Unido sobre a delicada questão da fronteira com a Irlanda do Norte após o Brexit, acrescentou o democrata.

Os Estados Unidos e a União Europeia “são bons amigos”, afirmou Von der Leyen, que se disse “muito grata” pela ajuda prestada pelos americanos para reduzir a dependência europeia do gás russo.

A Ucrânia também esteve no centro das discussões, um dia após um grande bombardeio russo ao país.

“Estamos juntos no apoio à Ucrânia sem falta, pelo tempo que for necessário”, disse o comunicado conjunto.

Von der Leyen indicou que a conversa com Biden abordou sobretudo as sanções contra a Rússia, a sua “aplicação” e meios para evitar que sejam contornadas.

 China

A grande ausente das declarações oficiais desta sexta-feira foi a China.

Em um momento em que os Estados Unidos acusam abertamente Pequim de cogitar a entrega de ajuda militar à Rússia, Washington quer convencer a União Europeia a tomar uma posição mais firme sobre o assunto.

“A Comissão deixou claro que os europeus têm uma visão específica de como querem manter as relações com a China”, disse à AFP Elvire Fabry, do Instituto Jacques Delors, um centro de pesquisa com sede em Paris.

“A administração Biden ajustou um pouco o tom do seu diálogo com os europeus sobre esta questão. Procura passar de uma lógica de maior pressão para um maior alinhamento com a posição americana para uma lógica de concertação” com Bruxelas, acrescentou o especialista.

A declaração conjunta de Biden e Von der Leyen contém apenas uma alusão velada à China.

Os dois líderes comunicaram as suas “preocupações comuns face ao desafio representado, entre outros, pelas políticas de pressão econômica, pela instrumentalização das dependências econômicas e pelas políticas econômicas não competitivas”.

Todas elas práticas que a China é frequentemente acusada de usar.

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