O México anunciou nesta última segunda-feira (6) requisitos sanitários que abrem pela primeira vez as portas para a importação de carne bovina do Brasil, enquanto o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador busca fontes de abastecimento de alimentos para combater os altos níveis de inflação.
O Estado de Santa Catarina poderá exportar carne in natura, resfriada ou congelada com osso desde que esteja com situação de febre aftosa sem vacinação, disse a Secretaria de Agricultura (Sader) em nota.
Outros 14 Estados brasileiros, entre os quais importantes produtores como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, poderão exportar para o México apenas carne maturada e desossada devido à sua condição sanitária livre de febre aftosa com vacinação.
O aval do México à carne brasileira foi criticado por produtores locais que alertam para os riscos à saúde. O Brasil tenta há anos que o país norte-americano lhe conceda autorização para enviar carne a seu mercado.
López Obrador lançou alguns programas para combater a inflação, que não mostra sinais de desaceleração, principalmente a inflação subjacente, um parâmetro melhor para medir a trajetória dos preços, o que levou o Banco do México a elevar sua taxa básica para os atuais 11%.
Na semana passada, o presidente disse ter conversado com vários de seus colegas latino-americanos para lançar um plano conjunto contra a inflação que incluiria a eliminação de tarifas e outras medidas para o comércio de alimentos e mercadorias.
A Sader também informou que o Brasil manteve sua condição de risco insignificante para a encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como mal da “vaca louca”, depois que um caso atípico da doença foi detectado no Estado do Pará no final de fevereiro.