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domingo 5 de março de 2023 às 07:26h

Documentos comprovam que governo Bolsonaro disse à Receita que joias iriam para o acervo presidencial

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Divulgados neste último sábado (4) pelo ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social do governo de Jair Bolsonaro (PL) Fabio Wajngarten, três ofícios mostram conforme o Gazeta Brasil, que o governo Bolsonaro pediu que a Receita Federal liberasse o conjunto de joias avaliado em R$ 16,5 milhões apreendido no Aeroporto de Guarulhos sob o argumento de que as peças seriam enviadas ao acervo presidencial.

As peças entregues ao Albuquerque em 22 de outubro de 2021, no encerramento da reunião bilateral, seguida de almoço de trabalho, com o princípe Abdulaziz Bin Salman Bin Abdulaziz Al Saud, ministro de Energia do Reino da Arábia Saudita.

Os itens chegaram ao Brasil em 26 de outubro de 2021, dentro de uma mochila de Marcos André dos Santos Soeiro, que acompanhava o então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) na viagem de retorno ao Brasil (ambos haviam estado em Riad, na Arábia Saudita). As peças ficaram apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.

Dois dias depois da apreensão, o chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia (MME), José Roberto Bueno Junior, encaminhou ofício ao responsável pela documentação do acervo oficial da Presidência da República.

No documento, Bueno Junior relata que o ministro esteve no lançamento da Iniciativa Oriente Médio Verde e que, na ocasião, “foram oferecidos, por autoridades estrangeiras, alguns presentes à representação brasileira”. O chefe de gabinete afirma então que, uma vez que Bento Albuquerque não poderia recusar ou devolver os presentes, “se faz necessário e imprescindível que seja dado ao acervo o destino legal adequado”.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostra que o governo Bolsonaro fez ao menos quatro tentativas de liberar os bens apreendidos.

Wajngarten também compartilhou a cópia de mensagem enviada à Arábia Saudita em que o Brasil agradece pelo presente e comunica que as peças seriam incorporadas à coleção oficial do Brasil, conforme a legislação.

 

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, disse neste sábado que os presentes recebidos pelas autoridades ficam em um acervo e cabe a “uma comissão de ética” decidir “se fica à [sic] título pessoal ou incorporado à gestão daquele período”.

Em seu perfil no Instagram, Michelle Bolsonaro criticou a reportagem sobre as joias. A ex-primeira-dama postou uma imagem nos stories com a seguinte mensagem: “Quer dizer que, ‘eu tenho tudo isso’ e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa impressa [sic] vexatória”.

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