A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro negou, nesta sexta-feira, que seja dona das joias — presente do governo da Arábia Saudita e avaliadas em R$ 16,5 milhões — retidas pela Receita Federal no aeroporto de Brasília, em outubro de 2021.
“Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein? Estoi rindo da falta e cabimento dessa imprensa vexatória”, postou no stories do Instagram.
As joias chegaram ao Brasil em outubro de 2021, na mochila de um militar, assessor do então ministro Bento Albuquerque, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”. O titular das Minas e Energia voltava, na ocasião, de uma viagem pelo Oriente Médio. Ainda de acordo com a publicação, ao saber que as joias haviam sido apreendidas, Albuquerque retornou à área da alfândega e tentou, ele próprio, retirar os itens, informando que se trataria de um presente pessoal para Michelle. O ex-ministro disse ao jornal O Globo que as joias foram ‘incorporadas ao acervo oficial brasileiro’, mas não explicou apreensão pela Receita.
Michelle Bolsonaro fala sobre joias de diamante da Arábia Saudita — Foto: Reprodução
O governo Bolsonaro tentou reaver o material, ainda segundo o jornal, em pelo menos quatro ocasiões, escalando na missão militares e diferentes ministérios. Nessas situações, só é possível resgatar o item apreendido pagando um tributo equivalente a 50% do valor estimado do material. Além disso, também é cobrada uma multa de 25% sobre o valor cheio. No caso das joias para Michelle, portanto, a soma chegaria a aproximadamente R$ 12,3 milhões.
O governo Bolsonaro também poderia ter informado oficialmente de antemão se tratar de um presente para Michelle ou para o casal. Neste caso, não seria cobrado qualquer imposto, mas as joias seriam tratadas como propriedade do Estado brasileiro.