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quinta-feira 2 de março de 2023 às 09:19h

EUA se blinda contra ‘Tranq’, a droga-zumbi

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Os Estados Unidos tomaram medidas, na última terça-feira (28), contra a entrada ilegal de xilazina, um sedativo potente para animais que é combinado com fentanil e outros entorpecentes para chegar à chamada “droga-zumbi” ou “Tranq”, de efeitos “potencialmente mortais” e que pode necrosar a pele.

As autoridades sanitárias anunciaram restrições à entrada ilegal de xilazina, autorizada desde 1972 pela agência reguladora de alimentos e medicamentos (FDA, na sigla em inglês) como sedativo e analgésico veterinário, por exemplo, para acalmar a dor de cavalos e cervos.

A xilacina é “cada vez mais encontrada em drogas ilícitas como o fentanil […] e é cada vez mais detectada em mortes por overdose” no país, afundado na pior crise de drogas de sua história, com 107.735 mortes por overdose ou envenenamento acidental entre agosto de 2021 e agosto de 2022, afirma a FDA em comunicado.

Seu uso em pessoas não é seguro “e pode causar efeitos secundários graves e potencialmente mortais” dado que pode “reduzir a respiração, a pressão arterial, a frequência cardíaca e a temperatura corporal para níveis críticos”, adverte a FDA.

Nas ruas é conhecida como “droga-zumbi” porque os consumidores parecem zumbis.

“As pessoas que injetam drogas que contém xilazina podem desenvolver ferimentos graves na pele e pedaços de tecido morto e em decomposição que se infectam facilmente e, se não forem tratados, podem provocar uma amputação”, alertam as autoridades sanitárias americanas.

Os ferimentos podem se desenvolver inclusive em áreas do corpo afastadas do lugar onde se injeta e “se torna uma ameaça para a vida”.

A FDA “segue preocupada pelo aumento da prevalência de xilazina misturada com drogas ilícitas”, afirma o diretor da FDA, Robert Califf, citado em um comunicado.

A xilazina costuma ser misturada com drogas como o fentanil, a heroína, as metanfetaminas ou a cocaína e os consumidores nem sempre são conscientes de sua presença. Seu uso se propagou no nordeste dos Estados Unidos.

Segundo um estudo, em 2020 foi detectado xilazina em 26% da overdose mortal na Pensilvânia e em 20% em Maryland, um estado vizinho à capital, Washington.

Mas, além da naloxona, um antídoto que pode reanimar uma pessoa ao reverter uma overdose de opiáceos, não é eficaz contra os efeitos da xilazina.

Ainda assim os especialistas recomendam administrar naloxona quando uma pessoa sofre uma overdose.

É um “problema crescente de saúde pública”, adverte a FDA.

As medidas tomadas nesta terça estão destinadas a “garantir que as importações de medicamentos que contém xilazina no país estejam destinadas ao abastecimento veterinário”, afirma a FDA que vai fiscalizar não apenas o produto final, mas também os ingredientes utilizados para sua fabricação.

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