A Petrobras reprovou o nome do administrador Carlos Victor Guerra Nagem para o cargo de gerente-executivo de Inteligência e Segurança Corporativa da empresa, para o qual ele havia sido indicado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), de quem é amigo pessoal.
Nagem é funcionário de carreira da estatal, mas foi reprovado, segundo a estatal, por não possuir “a experiência requerida em posição gerencial” considerada necessária para o cargo, “de elevada sensibilidade para a companhia”. Com a decisão da empresa, ele não poderá assumir a função.
“O nome de Carlos Victor Guerra Nagem, nosso colaborador, foi submetido aos procedimentos de governança da companhia como candidato ao cargo de Gerente Executivo de Inteligência e Segurança Corporativa. Apesar de sua sólida formação acadêmica e atuação na área, seu nome não foi aprovado porque ele não possui a experiência requerida em posição gerencial que é necessária à função, considerada de elevada sensibilidade para a companhia”, disse, em nota, a estatal.
Carlos Victor é amigo pessoal do presidente Bolsonaro e teve malsucedidas tentativas de se eleger deputado federal em 2002, vereador de Curitiba em 2016 e deputado estadual pelo Paraná em 2018. Em ambos os pleitos, ele se apresentou aos eleitores como “Capitão Victor” e concorreu pelo PSC, partido ao qual o presidente também era filiado quando da tentativa de três anos atrás. Ele é militar da reserva da Marinha.
Durante o vídeo em que gravou para a campanha de 2016 do Capitão Victor, Jair Bolsonaro o apresenta como “amigo particular” e pede votos. Quando a notícia da indicação do administrador ao cargo veio à público, o presidente criticou os que o classificavam apenas como “amigo de Bolsonaro” e divulgou o currículo do seu indicado, que é graduado pela Escola Naval e mestre em administração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).