Em sua estreia em vídeo para o PL, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro repudiou o assédio durante o Carnaval.
O vídeo foi postado na noite desta última sexta-feira (17), depois das 20h, após a esposa do presidente Lula (PT), Janja, ter feito uma gravação semelhante ontem pela manhã.
Na postagem, conforme Isabella Cavalcante, do Uol, Michelle não chega a explicar o que é assédio, mas indica os números de apoio: “190 para emergência e 180 para investigação”.
O Disque 180, no entanto, não é apenas para isso. Ele também informa as mulheres sobre seus direitos, indica amparo legal e possui uma rede de acolhimento e atendimento.
Fiquem atentos ao tema desse ano: minha fantasia não é um convite, não é não”, escreveu Michele Bolsonaro
Os crimes contra a liberdade sexual são definidos no artigo 215-A do Código Penal como a prática de atos libidinosos (caráter sexual) na presença de uma pessoa sem a autorização dela.
A ex-primeira-dama assumiu a presidência nacional do PL Mulher na quarta-feira (15) e, na publicação de hoje —a primeira desde que assumiu o cargo—, usou cor de rosa, que no governo de Jair Bolsonaro (PL) foi taxada como “cor de menina”.
Segundo interlocutores da sigla, a ideia é que ela e Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente em 2022, façam viagens pelo Brasil preparando o terreno para o lançamento de candidaturas a prefeito em 2024.
Michelle é investigada de forma preliminar pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), após funcionários da Presidência relatarem ao site Metrópoles episódios de assédio moral durante o governo de Bolsonaro.
Além de Michelle Bolsonaro, o pastor Francisco de Assis Castelo Branco, ex-coordenador-geral da Presidência da República, também será investigado. Segundo a reportagem, Michelle destratava os servidores e Castelo Branco assediava e ameaçava funcionários.
Janja criticou desmonte do 180
No vídeo de hoje de manhã, Janja elogiou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e disse que ela trabalhou muito para reestruturar o Disque 180, número da Central de Atendimento à Mulher, “que estava totalmente desmobilizado”.
A primeira-dama aconselhou que as mulheres denunciem e se ajudem: “No Carnaval, se você vir alguma mulher sofrendo esse tipo de violência ou se for vítima, acione o 180”.
“Aproveitem o Carnaval, se cuidem, se cuidem uma das outras, e se for preciso, acionem o 180”, falou.
Violência contra a mulher – denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
É possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.
A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos. Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.